tag:blogger.com,1999:blog-57016047605540919502024-03-04T22:08:25.694-08:00Palavras de Uma MeninaJanaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.comBlogger78125tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-45633330813642245012015-04-26T15:39:00.001-07:002015-04-26T15:58:08.714-07:00SOBRE O CAOS E ALGO NOVO – A MUDANÇA ESPERA QUE SE MUDE<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Inspiro ares parados, atmosfera confortada, quarto
fechado de mim mesma. Minhas paredes estão cheias de bolores – nem a umidade
faz bem a esse ambiente em que me tranquei. No entanto, esses ares não são
pesados. De um tempo para cá – desde que eu comecei a nota-los – eles têm se
tornado cada vez mais leves. Talvez que perceber que algo está errado seja o
primeiro passo. E está. Há algo por aqui de muito errado. Não é certo sentir o
ar tão pesado nas costas e tão tóxico aos pulmões. Não é certo permitir dentro
de mim tantos bolores e poeira. Mas, agora, é como se tudo isso flutuasse numa
dança desconexa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Caos. Caos e o sentimento de emergência da mudança.
Ah, como é necessário que se mude! Bagunçar a bagunça da qual se é feito, com a
qual já se está tão acostumado que até parece o estado normal das coisas, para
então ajustá-la. Sim, sinto latente a mudança. Ela está sorrindo para mim quase
que assustadoramente, mas eu não tenho mais medo: encaro-a nos olhos insanos e
sorrio de volta, lançando o desafio. Ela urra e chacoalha as mãos cheias de
unhas compridas, mas depois abaixa a cabeça à minha vontade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL_K6MHz3pZM_1MGUfO8SoRcVeDLyCwe66jmJqBzZ4YaFSP8rd-FK31W5xFQQOEofe1jNUmxsGE4QhkixHIynry1spoivXhkdPRufjgkUWpprEmb-3vLv-f7HnEsgcTYUmjCVrNLeeX3M/s1600/large.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL_K6MHz3pZM_1MGUfO8SoRcVeDLyCwe66jmJqBzZ4YaFSP8rd-FK31W5xFQQOEofe1jNUmxsGE4QhkixHIynry1spoivXhkdPRufjgkUWpprEmb-3vLv-f7HnEsgcTYUmjCVrNLeeX3M/s1600/large.jpg" height="400" width="281" /></a><span lang="PT-BR">A mudança está aí, esperando que se mude. De olhos
baixos, agora que já não a temo. Suave, agora que a vejo como necessária.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Também a bagunça foi necessária ao seu tempo – como
poderia eu entender que a ordem era ordeira se não houvesse aquela dorzinha no
peito quando eu inspirava aqueles ares? Foi bom, muito bom, ver as heras
venenosas subirem altas dentro do meu espaço, pois agora as eras suaves serão
bem-vindas e abençoadas da maneira que se deve.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Basta apenas arrancar pela raiz os maus costumes, os
pensamentos que me colocam para baixo, as atitudes que não me servem mais. Para
a mudança, agora que dela não tenho mais medo, basta apenas que se mude. Ela
sorri, agora, complacente.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Com amor, ponho em execução meu plano de reforma. Com
amor, esfrego as paredes e tiro o lodo de mim. Com amor, arranco as heras. Com
amor, abro a janela – para ver o dia lindo lá fora, para ver a vida linda aqui
dentro, para inspirar um ar inspirador. Com amor, deixo a porta aberta para o
amor. Com amor, sorrio à mudança. Com amor, amo a mim. <o:p></o:p></span></div>
Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-18919194976686288672015-04-20T07:05:00.001-07:002015-04-20T07:05:28.971-07:00O grito da América – sobre como os portugueses não conquistaram o coração de uma mãe<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Clara
Nunes canta sobre um soluçar de dor que, segundo ela, ninguém ouviu. Eu não estava
lá, mas o ouço muito bem até hoje. Seus ecos arrepiam-me os pelos do braço e
insinuam lágrimas nos olhos. E tanto faz esse meu sentimento, não devo ser eu o
foco das minhas palavras. O foco é o soluçar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Antes
fosse apenas soluçar, eu ouço mesmo é um grito. Um desespero, uma dor tamanha
que rasga a entranha daquele que sente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Eu
ouço uma mãe a gritar pelo filho. E eu quase vejo o desespero de seus olhos
negros bem abertos. E eu quase sinto a mão que rasgou seu coração tentando
rasgar a minha alma. Mas, não, o foco não é o que eu sinto. O foco é o coração
dessa mãe – e o canto feroz da perda.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhMTB2Jyzh4aaZy9N_x3qoBaKViwLEeuKw5Ac-M6LDwGk1V3nf7jhc3WalGlozYQ_GwNiDR4omjenuO73rtjMS8eIAHAtCOj6ZY7lTR1MCN9AxXNz5mM0Lj6K_QLGpCRHVajNUCqEGidI/s1600/grandemae.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhMTB2Jyzh4aaZy9N_x3qoBaKViwLEeuKw5Ac-M6LDwGk1V3nf7jhc3WalGlozYQ_GwNiDR4omjenuO73rtjMS8eIAHAtCOj6ZY7lTR1MCN9AxXNz5mM0Lj6K_QLGpCRHVajNUCqEGidI/s1600/grandemae.jpg" height="320" width="224" /></a><span lang="PT-BR">Feroz,
selvagem. Existe mesmo o conceito de selvageria quando se trata de amor, de
amar? Não seria todo amor meio selvagem e toda perda não despertaria essa
ferocidade, essa feracidade, esse grito desolado? Não, não. Os civilizados amam
com mais graça – e aceitam a perda com mais desdém. Quisera essa mulher que
fosse apenas perda: ela conhecia a morte e sabia que ela aconteceria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Mas
ela não conhecia o homem branco. Ela não conhecia a arma de fogo. Ela não conhecia
isso de ser cruel só por ouro. Ela vivia em um sistema de vida tão mais brando,
e que tão melhor ao seu coração se adaptava... Esse sistema mudou. Foi
invadido. Mas como invadir o coração de uma mãe?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Eles
tentaram quebrar seus ídolos. Eles tentaram se fazer passar por deuses – deuses
que traziam a mensagem de um Deus estranho, que eles não entendiam muito bem. Eles
tentaram despedaçar sua própria psique e seu jeito de ver o mundo. Eles vinham
de outro mundo? Ou de outra terra? Outra terra? E por que é que eles
descobriram aquilo lá, se essa mãe já vivia lá há tanto tempo? Se seus bisavós
tinham bisavós que tinham bisavós que já sabiam que aquele chão existia?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Eles
quebraram seus ídolos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Agora
tentavam quebrar seu coração.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Alienar
sua liberdade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Essa
mãe não sabia o que era liberdade porque nunca teve oportunidade de conhecer
qualquer um de seus antônimos. A liberdade lhe era tão natural que sobre ela
não precisava falar, não precisava pensar, não precisava nem saber que ela existia.
Ela era livre, exatamente por não entender nada sobre tal conceito. (Nós que
somos cheios de amarras é que temos a necessidade de falar o tempo todo sobre essa
tal liberdade).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Quando
tentaram sujeita-la, ela soube o que era a liberdade, mesmo sem colocar isso em
palavras. Como todo o resto que fugia à sua psique, ela sabia que algo estava
errado, diferente. Ela sabia que tinha que batalhar por algo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Ela
resistiu. Seus irmãos resistiram. Seus primos resistiram. Seus filhos
resistiram.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Por
que se submeteriam, afinal de contas? Isso não fazia parte de seu sistema de
crenças.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Embora
sua inteligência não conseguisse acompanhar tudo o que lhe acontecia, – afinal,
seu mundo era outro, era anterior à essa “descoberta” – pôde sentir, em seu
mais profundo, a crueldade. Eles queriam escraviza-la, prender sua alma em gaiolas,
como faziam aos pássaros. Ela não se rendeu. Eles lhe mataram os filhos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Em
sua frente. Para que visse e se sujeitasse.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Mas
ela apenas gritou.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Você
pode ouvir seu grito?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Pode
imaginar sua dor?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Hoje,
um dia depois da comemoração hipócrita feita por brancos que ignoram o que ainda
sofrem os poucos que sobreviveram ao genocídio – ou tapam os olhos para tal
realidade, porque pensar na dor alheia continua não sendo muito lucrativo –, eu
ouço esse grito e tento imaginar sua dor. Apenas tento, porque não sou mãe e
nunca conseguiria entrar por definitivo na alma de um nativo e em sua mente,
que se projetava de forma tão diferente, por viver de modo tão diferente.
Tentando, percebo que o grito dessa mãe ecoa – e não apenas no que restou dessa
gente. Ecoa porque a ganância continua a matar crianças sem piedade. Ecoa
porque o mundo civilizado ainda não conseguiu abandonar a barbárie. Ecoa, ecoa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Eu
venho, com essas palavras, pedir compaixão – não importa por quem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Escrevendo,
venho fazer-lhes um apelo: que amem. E é agora um sublime sussurrar das
memórias dessa mãe que me diz isso: amem, amem, amem!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-37218926067988058712015-03-28T18:28:00.003-07:002015-03-28T18:32:41.321-07:00Alguns quilômetros em palavras<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Quero correr
do que crio, fugir da energia que emano.<br />
Quero distancia desses ares malditos
que eu mesma expiro,<br />
pois que quero inspirar uma aura diferente.<br />
<br />
Quero criar
paz e quero emanar alegria;<br />
quero que as pessoas sorriam ao ver meu semblante.<br />
Quero um querer que já pude e ainda posso,<br />
mas por hora não está ao meu
alcance.<br />
<br />
Caminho lentamente,<br />
mas a cada passo me aproximo<br />
e o fora de alcance
parece quase tocável.<br />
Tocarei o meu querer com o impulso de caráter<br />
que também
o trouxe.<br />
A cada palavra, um passo;<br />
a cada subjetividade que explica a peculiaridade
do meu sentir,<br />
um quilômetro.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br />
Avanço. Sim,
avanço!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Avanço em
direção a mim mesma<br />
e com minhas próprias forças.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Faço das
palavras minha magia e terapia<br />
– são elas minhas ferramentas, meu veículo nesse
avanço.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br />
Assim,
encontro em mim o que precisava.<br />
Sano eu mesma minha própria solidão.<br />
Eu me
basto. Sim, desde já.<br />
No caminho já me basto, pois que caminho.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br />
Nunca pensei
que posso ser feliz?<br />
Tenho certeza.<br />
E essa certeza me faz ser feliz desde já.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Só com esse
texto, percorri um quilômetro e andei alguns passos.</div>
Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-63488725614062355462015-03-08T10:24:00.000-07:002015-03-08T10:24:15.860-07:00SOBRE A COMEMORAÇÃO QUE DEVERIA SER LUTA – E PARA ALGUMAS REALMENTE O É<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<i>Nesse 8 de março não
me dê rosas, dê-me respeito.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Obrigada, mas eu
não quero seu presente, moço. E nem agradeço sua gentileza. Quero outro tipo de
presente, quero uma gentileza que dure o ano inteiro. Quero que as ruas, que
são hoje cenário colorido de rosas e sortido de sorrisos e palavras bonitas,
sejam seguras para mim. Quero poder andar por aí à noite sem temer o homem que
vem andando a passos largos em minha direção, sem receber olhares indiscretos
que me deixam embaraçada, sem ter que ouvir cantadas que mais parecem vômitos de
insulto. Quero poder por a roupa que bem entender, sem ter que ouvir “essa é
vagabunda”, “ela mereceu” ou “quer provocar”. Quero que você, moço, entenda que
nem tudo na vida de uma mulher tem a ver com o seu pênis (ele na verdade interfere
muito pouco naquilo que faço). Eu não uso shorts para mostrar as penas, saia ou
calça branca pra deixar ver a calcinha. Eu não passo maquiagem para aprovação
estética ou para chamar atenção, é só que eu me sinto bem assim. E eu quero,
moço, que minha irmã de luta que não usa maquiagem não tenha que ouvir que é
falta de vaidade. Eu quero que parem de chamar cabelo curto de Joãozinho,
porque a Joana também fica linda assim. Eu quero que os condicionadores parem de falar que vão domar meu cabelo rebelde, eu gosto dele bem assim. Eu quero que parem de me julgar por
minha sexualidade: nem puta, nem santa.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSwxaXiJypUXpYS2NmH8x3jsa5n_u-Fid_9C_PsroCNkZUn-UCWOXvx9TkmoyWT1juFuh71EZAj6_35-JK0Hb3dGhjbsX4kT9afYB_jqz5zBa7fpvdfAuJYTrJDWUha0XpB_xSuO02jY8/s1600/131022_mulher.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSwxaXiJypUXpYS2NmH8x3jsa5n_u-Fid_9C_PsroCNkZUn-UCWOXvx9TkmoyWT1juFuh71EZAj6_35-JK0Hb3dGhjbsX4kT9afYB_jqz5zBa7fpvdfAuJYTrJDWUha0XpB_xSuO02jY8/s1600/131022_mulher.jpg" height="320" width="269" /></a>Moço, eu não sou
muito magra. Moço, ela não é muito gorda. Moço, mulher tem estria e celulite
sim. E, moço, nosso corpo não foi feito para sua aprovação. Nosso corpo foi
feito para nós o amarmos, independente de como ele é. Sem padrões. Ah, e eu sei
que pode parecer chocante, mas ele é nosso, viu? Ele não é do nosso marido, e
nosso marido não pode nos agredir. Aliás, homem nenhum pode! O corpo é meu! Não
é do estado, para ele decidir se eu posso abortar ou não. Não é do patriarcado,
para vocês decidirem que eu sou frágil e fui feita pra ser dona de cabeça. Nós
somos plurais, moço. Nós podemos decidir por nós mesmas. Nós queremos voz. Por
enquanto sussurramos por nossos direitos, mas um dia gritaremos!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Moço, eu estou cansada
de ver meu corpo objetificado. Vendido como cerveja. Eu estou cansada da mídia
usar minhas curvas para atrair consumidores. E estou cansada dos padrões que
ela estabelece. Pra ser bonita eu não tenho que ser magra e branca. Moço, esse
padrão de beleza é massacrante! E isso também é violência.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Moço, atrás de um
grande homem não há uma grande mulher. Nós estamos cansadas de ficar atrás. E
esse dia, para mim, serve pra lembrar isso! Não quero que as grandes marcas que
me vêem como produto venham me prestar homenagens (que na verdade são insultos)!
Não quero que um homem me diga na rua que sem nós ele não seria nada. Não quero
que me digam que sou carinhosa, delicada, que nasci pra ser mãe. As mulheres
são plurais, moço.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Que Ana Carolina
me desculpe, mas nem toda mulher gosta de rosas. Eu gosto de respeito.</div>
Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-47518686400712132402014-12-22T07:47:00.001-08:002014-12-22T07:47:08.320-08:00As Flores de Lisbeth<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB1tzSZ_sgoB_2PnUkFzxYUk7NP6AbRtTE4fLq5UgcivfRBdpk07LupYnDMwodPvm9PJceINHqPPhB-DSQtQX4U0XyFFHSlMiPgVpc6zgBFILtPm1qCO3JKNKmhLJnnSpFdGL7VmHqVYs/s1600/rose.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB1tzSZ_sgoB_2PnUkFzxYUk7NP6AbRtTE4fLq5UgcivfRBdpk07LupYnDMwodPvm9PJceINHqPPhB-DSQtQX4U0XyFFHSlMiPgVpc6zgBFILtPm1qCO3JKNKmhLJnnSpFdGL7VmHqVYs/s1600/rose.jpg" height="240" width="320" /></a>O pequeno apartamento de Lisbeth vivia adornado de flores. Elas vinham das mais variadas floriculturas da cidade, com as mais variadas frases penduradas, nos mais variados cartões. Lisbeth raramente lia os cartões - pedia para que o entregador levasse-os de volta. Ela sabia que, como sempre, a letra seria feminina e caprichada e a frase seria clichê. As flores, que geralmente<span class="text_exposed_hide">...</span><span class="text_exposed_show"> eram rosas vermelhas, ela colocava aqui e ali, por aí... Elas enchiam a sala, a cozinha, o quarto, a janela e a cabeceira da cama de perfumes unos. Era agradável viver ali. As flores eram bonitas, e bem serviam a Lisbeth.<br /> Eram, todavia, vulgares.<br /> A moça havia se acostumado com seu perfume, sua beleza. Eram ordinários para ela.<br /> Assim como era uma rotina entregar o cartão sem dar a mínima atenção a ele.<br /> Não que Lisbeth desgostasse das rosas - pelo contrário: adorava-as. Mas elas perderam o encanto, pois deixaram de ter sentimento. Os homens queriam conquistá-la pelas rosas, e não pelo que eram de verdade. A essência que importava à Lisbeth, no fim das contas, não era o perfume inebriante das flores, mas sim o espírito encantador de um verdadeiro cavalheiro.<br /> Ela sabia: rosas não a conquistariam. Ela se orgulhava disso.<br /> Mas as rosas nem sempre vêm com um cartão escrito por uma letra qualquer e trazendo um poema qualquer...<br /> Era primavera - o mundo florescia. E foi então que floresceu, também, o coração de Lisbeth. A campainha tocou mais cedo que o comum. "O entregador deve ter caído da cama com os pássaros", ela pensou. Mas, ao abrir a porta de pijama e com o cabelo bagunçado, não teve que sentir vergonha de sua aparência, nem assinar uma listinha de entrega.<br /> Havia uma rosa amarela no chão - sua cor preferida.<br /> Sentiu falta do bilhete que não teve de jogar fora.<br /> Sorriu; sentiu. Sentimento; encanto.<br /> Não notou que se encantava.<br /> Recebeu a rosa por vários dias seguintes: sempre muito cedo, sempre muito amarela, sempre sem entregador ou cartão.<br /> E essa rosa, tão simples e tão singela, fez dela prisioneira.<br /> Ser prisioneira de uma rosa (de um sentimento, de um encanto), fez Lisbeth sorrir mais. Acordava com a campainha - sorrindo. Levava a rosa para dentro - sorrindo. Colocava-a em um jarro com todas as outras rosas amarelas - especiais - sorrindo. Trabalhava - sorrindo. E quando achava que não havia mais sorriso para sorrir, nem riso para rir... Soltava uma gargalhada deliciosa ao vislumbrar as flores amarelas.<br /> Um dia a tal rosa amarela não apareceu. Mas apareceu um bilhete que valeu. Dizia: "É bom te ver sorrir".<br /> Lisbeth deixou-se conquistar por flores.<br /> Casou-se três anos depois com um professor de matemática que tinha, no fundo da sua casa, uma pequena estufa, onde plantava rosas. Plantava porque sabia que elas tinham o poder de fazer sorrir.<br /> Ele amava sorrisos. Mas amava muito mais o sorriso de Lisbeth - e por isso lhe queria sorrindo todas as manhãs.</span>Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-20482361802276081772014-10-21T13:24:00.002-07:002014-10-21T13:24:50.124-07:00E aí muda o céu<span lang=""><div align="JUSTIFY">
Digito palavras a esmo. As letras me parecem um conjunto sortido e divertido, com o qual brinco e renuncio. Renuncio à necessidade de fazer sentido. Percebo que nesse mundo meio avulso em que os olhos decodificam como que naturalmente uma série de simbolos esquisitos, o que menos existe é racionalidade - e é o menos necessário também. É claro, o processo de aprendizado é muito racional, insistente, com muita repetição e trabalho. Mas as crianças não vêem nada como se tratasse-se de um grande esforço, de modo que até essa etapa é natural. E que falar de todas as outras? Que falar da intuição com que se dilui em nossa mente algo que lemos? Que falar da ação do subconsciente em cada palavra? Que falar do sentimento que fica?</div>
O sentimento que fica... Para mim, de toda essa brincadeira de lego, o mais importante é o sentimento que fica. Porque ele sempre fica. E não sei se quem gosta mais disso é minha mente ou minhas mãos. Pois que a mente se delicia e as mãos dançam com a caneta a procura da formação ideal, da mais sublime constituição de palavras.<br />
É a alma, no entanto, o aparelho que mais entregue se faz ao processo (e também o mais necessario). Quem lê sem alma, não lê: apenas traduz em sua mente o significado do que está escrito, mas e o significante? E o sentimento? O sentimento só a alma capta. E com que fugacidade! Com que despojamento! Com que renuncia de todo o resto! Com que amor incompreensível! A alma consegue tirar de si o que há de mais belo, a partir das palavras, e o que há de mais terrível também.<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFGhgIDcRxTo1m5ACoeQhSnHRpKNH8ySeO6306DOnlJYQElevkToR3KwXdLqu8ZODIjuX2TkPKg-wD6kWbu7dtgJR-3-MSK_z6fapEhIeWacKJC4YXjDPogmMjxXPQMax3Q0uPrUl1zJk/s1600/ceu.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFGhgIDcRxTo1m5ACoeQhSnHRpKNH8ySeO6306DOnlJYQElevkToR3KwXdLqu8ZODIjuX2TkPKg-wD6kWbu7dtgJR-3-MSK_z6fapEhIeWacKJC4YXjDPogmMjxXPQMax3Q0uPrUl1zJk/s1600/ceu.jpg" height="240" width="320" /></a>E as palavras conseguem fazer da alma o que bem entendem. Uma palavra consegue pôr ou tirar tanto em algo e de algo que é capaz de mudar sua essência como quem brinca com um molde de argila. Minto: a argila continua argila, independente da forma que lhe dêem. E a cada palavra que a gente lê, a gente é menos a gente (a gente vira algo a mais).<br />
Pode-se dar a uma situação o nome de implacável, ou o nome de sublime. Eu posso dizer que o céu é de um azul calmo, e você que é de um azul caótico. E aí muda o céu. E aí mudo eu, e aí muda você. Muda tudo, porque muda a palavra.<br />
Palavra é magia, meus caros, e devemos todos ter cuidado com o que fazemos com ela. Eu fiz da palavra minha melhor amiga, fiel escudeira e companheira; eu fiz da palavra meu feitiço diário de amor e alegria. O que você faz da palavra? Qual palavra você dá à vida?</span><br />Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-13325646575356654782014-10-12T06:23:00.002-07:002014-10-12T06:23:58.149-07:00Irregular<div style="text-align: right;">
"(...) num peito como o seu, o amor não reinaria como paixão comum." </div>
<div style="text-align: right;">
(Edgar Allan Poe)</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Subserviência era uma palavra que lhe causava arrepios. A personalidade de Lisa era cheia de irregularidades, sendo o relevo de seu coração cheio de picos e precipícios. Era um terreno tão perigoso que até Lisa evitava tal percurso, caminhando apenas pelas fronteiras e fugindo, com grande sentimento de estranhamento, a qualquer indício de mudança sentido por seus<span class="text_exposed_show"> pés.<br /> Um dia, porém, seu caráter cheio de nuances cansou-se de tudo o que era plácido e plano. Abandonou os vales e resolveu escalar montanhas. Qual palácio melhor para tal descoberta, senão seu coração? Mas ele também tinha precipícios e, descuidada, Lisa caiu em um desses. Essa é a história que cabe a mim contar-lhes nas próximas linhas.<br /> Vivia em seu peito, no topo de uma alta montanha (mais alta que os Alpes, ou até mesmo que o Himalaia), um garoto de olhos claros, longo cabelo e uma lua desenhada bem no meio da testa. Ele usava uma capa escarlate muito comprida, que Lisa pôde enxergar de muito longe e que lhe encheu de muita curiosidade. Escalou a tal montanha mais rápido do que qualquer alpinista, mas, devo dizer, não sem muita dificuldade. Tudo o que circundava o garoto era muito - ele próprio era demais.<br /> Quando Lisa chegou ao cume da montanha e pôde ver os olhos que, de longe, pareciam duas safiras, percebeu que na verdade eram vítreos: refletiam a paisagem ao seu redor - o precioso coração de Lisa.<br /> O que parecia ser muito era tão pouco, que o demais ficou de menos e, decepcionada, Lisa continuou seu caminho, sem olhar para trás, a procura de terrenos ainda mais voluptuosos. Foi quando, imersa nos mais profundos pensamentos, ela caiu em um precipício.<br /> Foi a melhor sensação da sua vida: é claro que dava um pouquinho de medo, um frio na barriga... Mas era como se voasse! Além do mais, quando atingiu o chão nem se machucou tanto - era um terreno macio.<br /> Lá embaixo havia um garoto - pelo qual ela não havia procurado. Seus olhos não refletiam a beleza do coração de Lisa, mas sim a do próprio - sendo, portanto, ainda mais encantadores. Conversaram e descobriram ser aquele abismo queda comum dos corações afins. Conheceram um o coração do outro, e amaram o que viram.<br /> Não eram meias alegrias se completando e se refletindo.<br /> Não eram frutos da busca incansável pelo que não tinham.<br /> Eram dois inteiros compartilhando alegrias e corações.<br /> Lisa descobriu, enfim, o amor.</span></div>
<div class="text_exposed_show">
</div>
Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-91799477472836130122014-09-22T13:04:00.000-07:002014-09-22T13:04:18.663-07:00Lapsos de verdade no olhar<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaS_llCP_uFIiCccjx8v4YH8d3v_sy0tXbbSiVX6Kb0TsDILq6zD2E2pBENMAICIlzfWv6xzt6ZgL6Z78q2oPPAlT6DgKl9exINs-tK-wBzSncDiPcxnzm94gZz-icS2rOzM-i7Msfg7Y/s1600/olhos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaS_llCP_uFIiCccjx8v4YH8d3v_sy0tXbbSiVX6Kb0TsDILq6zD2E2pBENMAICIlzfWv6xzt6ZgL6Z78q2oPPAlT6DgKl9exINs-tK-wBzSncDiPcxnzm94gZz-icS2rOzM-i7Msfg7Y/s1600/olhos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaS_llCP_uFIiCccjx8v4YH8d3v_sy0tXbbSiVX6Kb0TsDILq6zD2E2pBENMAICIlzfWv6xzt6ZgL6Z78q2oPPAlT6DgKl9exINs-tK-wBzSncDiPcxnzm94gZz-icS2rOzM-i7Msfg7Y/s1600/olhos.jpg" height="243" width="320" /></a><br />
Descobri que gosto de lapsos de verdade que surgem como um flash no olhar das pessoas. E penso neles como poesia captada e comprimida. Como amor ou vergonha escondidos. Como dias mal vividos, ou talvez vividos demais. Sabe quando a penumbra vai, aos poucos, sendo iluminada e você vê que é bem possível que tome forma diante de sua observação? Sabe quando ao seu vago perscrutar uma alma vai se contornando a si mesma? Nem mesmo eu percebo a faísca que <span class="text_exposed_hide">...</span><span class="text_exposed_show">acende em mim quando, num momento desses, sinto um brilho assim nos olhos de alguém. Mas com certeza que senti nos olhos de cada um que amo e com certeza que essa tal fraqueza (conceito infundado) vem me despertando cada vez mais simpatia. Quando é que meus olhos dizem tantas coisas assim? Eles dizem? Eu abro suas portas para um viajante que, vez ou outra, quer conhecer minhas verdades? Verdades... Eu gosto de verdades. Até considerei que talvez gostasse de pessoas que escondiam (por amar esses olhares que revelam), mas percebi que na verdade gosto da iluminação do oculto. Gosto de sondar mistérios. E quantos são os mistérios que cabem dentro de um par de olhos?</span><br /></div>
Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-15668691721466414092014-07-15T19:13:00.000-07:002014-07-15T19:23:03.932-07:00VS.<span lang=""></span><div align="JUSTIFY">
<span lang="">Luz vs. escuridão. Dia vs. noite. Sol vs. lua. Amor vs. ódio.</span></div>
<span lang="">
<div align="JUSTIFY">
Opostos.</div>
<div align="JUSTIFY">
Combate.</div>
<div align="JUSTIFY">
Luta.</div>
<div align="JUSTIFY">
Tudo isso existe?</div>
<div align="JUSTIFY">
Talvez, e apenas talvez, o vs. seja uma criação humana. A dualidade é óbvia e nos acompanha em todos os lugares. Uma espécie de polaridade. O feminino e o masculino de todas as coisas. Sim. Pólos. Mas pólos de um uno. Não há, e nem pode haver, luta. A nossa racionalidade tem essa terrível mania de criar guerra. Coroar vencedores. Honrar disputas. E isso se reflete em nossa vida cotidiana. O fracasso é intolerável na humanidade. Dói. Perder é cair, e por que cair? Vemos a vida de opostos. De bem e mal, certo e errado. Mas, ao contrário do que ensinam na escola, bem talvez não seja o extremo oposto de mal, e nem bom de mau. Talvez o lobo mal nem seja tão mau assim no fim das contas (ops!).</div>
<div align="JUSTIFY">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijkOaZWG7H7qj6JXqG2g_VhmybWhy8SAbwHOMwr9auXD-ZDFKATxsD6FkEtlIp7aFx02SEjvs93cVtDI955VzOczxo9Qx92MT4CdYV00H-me4nC-GPqHpwUz5PVcDGKRBIM9kAnajk-_0/s1600/10555015_672921712790518_1109397500_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijkOaZWG7H7qj6JXqG2g_VhmybWhy8SAbwHOMwr9auXD-ZDFKATxsD6FkEtlIp7aFx02SEjvs93cVtDI955VzOczxo9Qx92MT4CdYV00H-me4nC-GPqHpwUz5PVcDGKRBIM9kAnajk-_0/s1600/10555015_672921712790518_1109397500_n.jpg" /></a>Embora poucas vezes pensemos no assunto, viver no negativo não é tão mal assim. É uma polaridade de nós, que existe em nós, e que devemos aceitar.</div>
<div align="JUSTIFY">
O sol e a lua não brigam por espaço. Eles dançam, numa vida eterna, em um ciclo irremediavelmente sem fim. A natureza se intercala entre dias de inverno e verão, outono e primavera. A flor nem sempre desabrocha e talvez por isso é tão perfumada e bela. O céu nem sempre é azul, e talvez pelas nuvens que às vezes escondem sua beleza, é que ele nos seja tão encantador.</div>
<div align="JUSTIFY">
A vida coexiste. Ela não precisa de luta. Ela tem em si a harmonia, e essa é a fonte de sua prosperidade.</div>
<div align="JUSTIFY">
Por que então o ser humano é incapaz de coexistir consigo? Por que sempre elegemos mocinhos e vilões para nossas tramas (e para nossas vidas)? Por que sempre rotulamos atitudes como certas e erradas, sem pensar em sua essência, seu sentimento, seu equilíbrio? Por que tem de haver, para nós, bem e mal? Anjos e demônios? Amigos e inimigos?</div>
<div align="JUSTIFY">
Negamo-nos a entender que, em nossa individualidade, somos parte de um todo. Vemo-nos como uma poeira no universo, ou sequer paramos para nos ver realmente. Acreditamos que somos uma criação póstuma, quando, na verdade, temos o poder de criar o que quisermos. Não conseguimos aceitar o quão poderosa é nossa mente, porque a escravizamos a ver a vida como sempre foi vista. Somos poeira estrelar, não é mesmo? Os átomos de nosso corpo não foram recriados (e Lavoisier riria com essa suposição), eles sempre pertenceram a algum lugar. Nosso cérebro não tem a capacidade de pensamento ao acaso (não seria incrível demais?). Nós somos deuses. Nós somos um. Somos energia, como as demais coisas a nossa volta. Temos nossas individualidades, mas precisamos entender que tudo está a nós ligado de maneira irremediável.</div>
<div align="JUSTIFY">
Vivemos em uma teia. Não uma teia de luz, nem uma teia de trevas. Mas uma teia em que ambas se intercalam. Em ciclo. Em harmonia. Assim como a natureza - que também faz parte de nós.</div>
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<!-- Blogger automated replacement: "https://images-blogger-opensocial.googleusercontent.com/gadgets/proxy?url=http%3A%2F%2F1.bp.blogspot.com%2F-u-8jU0ZtNaw%2FU8Xdvo5y3gI%2FAAAAAAAAAx8%2FGL15EFbgln0%2Fs1600%2F10555015_672921712790518_1109397500_n.jpg&container=blogger&gadget=a&rewriteMime=image%2F*" with "https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijkOaZWG7H7qj6JXqG2g_VhmybWhy8SAbwHOMwr9auXD-ZDFKATxsD6FkEtlIp7aFx02SEjvs93cVtDI955VzOczxo9Qx92MT4CdYV00H-me4nC-GPqHpwUz5PVcDGKRBIM9kAnajk-_0/s1600/10555015_672921712790518_1109397500_n.jpg" -->Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-161206829778093422014-05-08T14:05:00.003-07:002014-05-08T14:05:41.660-07:00De agora<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.63636302947998px; line-height: 20px;">Eu queria ter um pouco mais dessa alegria inocente,</span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.63636302947998px; line-height: 20px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 13.63636302947998px;">queria poder falar mais palavras bobas,</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.63636302947998px; line-height: 20px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 13.63636302947998px;">pensar aleatoriamente.</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.63636302947998px; line-height: 20px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 13.63636302947998px;">Mas é a cabeça que me prende.</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.63636302947998px; line-height: 20px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 13.63636302947998px;">São os fluxos incessantes,</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.63636302947998px; line-height: 20px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 13.63636302947998px;">são os sentimentos lamuriantes.</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.63636302947998px; line-height: 20px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 13.63636302947998px;">A desculpa é entender demais da vida.</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.63636302947998px; line-height: 20px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 13.63636302947998px;">A verdade é que não se entende nada.</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.63636302947998px; line-height: 20px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 13.63636302947998px;">Caso fosse sabido,</span></div>
</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.63636302947998px; line-height: 20px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 13.63636302947998px;">o coração não ficaria perdido.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 13.63636302947998px;">O amor seria restabelecido.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 13.63636302947998px;">Eu veria que a vida é simples e boa:</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 13.63636302947998px;">a gente a vê como entende.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 13.63636302947998px;">Nosso pensamento é que ecoa.</span></div>
</span>Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-82378698683895267102014-05-06T14:12:00.001-07:002014-05-06T14:13:13.861-07:00A gente enxerga a beleza da vida<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe1huSkwCY4bN7S3U_WafwuQcUDk3N_B95WT598jUG8pppz7Y7711KIDJdpmibQSHm6XOAie85H36cIoMfJqaRkAsnT-VbHw_59vWwA0SJBDYP57sKBPU9_gvVPZsT4vdwCtILCA8Tc9M/s1600/tumblr_n54f7ldO5x1rut4wio1_500.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe1huSkwCY4bN7S3U_WafwuQcUDk3N_B95WT598jUG8pppz7Y7711KIDJdpmibQSHm6XOAie85H36cIoMfJqaRkAsnT-VbHw_59vWwA0SJBDYP57sKBPU9_gvVPZsT4vdwCtILCA8Tc9M/s1600/tumblr_n54f7ldO5x1rut4wio1_500.jpg" height="213" width="320" /></a><span style="font-family: inherit;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; font-family: inherit; line-height: 18px;">As pessoas dizem que a beleza da vida está nas pequenas coisas. Vou contar-lhes um segredo: essas pessoas são pequenas. A beleza da vida está onde quer que seja. A beleza da vida está naquilo de mais profundo e, também, de mais sublime. Est</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; display: inline; font-family: inherit; line-height: 18px;">á no universo, e na gota d'água. Mas, principalmente, dentro de nós. Sim, a beleza está dentro de nós. A gente enxerga a beleza da vida quando respira fundo e a alma sente prazer em fazer expandir os pulmões. E isso acontece na cidade, no campo, na chuva, na seca - não importa o ar, importam os pulmões. A gente enxerga a beleza da vida quando o olhar se ludibria ao contemplar o céu. E esse céu pode estar coberto de nuvens, pode estar azul como aquarela, ou pintado de crepúsculo - não importa o céu, importam os olhos. A gente enxerga a beleza da vida quando os ouvidos vibram com o som. Pode ser música, pode ser silêncio, pode ser voz - não importa o som, importam os ouvidos. A gente enxerga a beleza da vida quando sente a temperatura percorrer o corpo. Temperatura baixa ou alta, arrepiante ou transpirante - não importa a temperatura, importa sentir (o sol ou a neblina) na pele, de maneira única. A gente enxerga a beleza da vida quando sorri - e não importa o motivo, o importante é sorrir com a alma. A gente enxerga a beleza da vida, quando ama - e não importa que tipo de amor - importa que desperte, que aflore, que conquiste a nós mesmos com sentimentos unos e sensações inesquecíveis. A gente enxerga a beleza da vida quando passa a ser a beleza da vida. Quando tudo, tudo mesmo, das mais ínfimas às mais grandiosas sensações, passam a ser importantes, belas. Passam a fazer parte da nossa alegria.</span></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; display: inline; line-height: 18px;"></span></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; display: inline; line-height: 18px;"><span style="font-family: inherit;">A gente enxerga a beleza da vida. É a beleza da vida que importa ou a beleza do ser? No fim das contas, somos um. Somos o universo, temos o divino, temos tudo que nos desperta o prazer dentro de nós mesmos. A gente enxerga a beleza da vida, porque a gente é a beleza da vida.</span></span></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; display: inline; line-height: 18px;">
</span></span>Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-89603352341079560652014-04-18T15:15:00.002-07:002014-04-18T15:15:37.169-07:00Ostara e a PáscoaMuitas das comemorações cristãs têm, em suas essências, aspectos marcantes do paganismo. As datas chegam a coincidir muitas vezes e eu, particularmente, acho isso o máximo! Antes que me perguntem: eu não tenho religião. Eu tenho uma mescla de crenças completamente malucas. É exatamente por isso que tenho tanta afeição por essas comemorações atualmente cristãs que têm um pézinho lá no paganismo.<br />
Primeiramente, vamos estabelecer algumas coisas.<br />
1.<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Cristianismo é um termo vulgarmente usado para denominar o catolicismo e suas posteriores vertentes (como o protestantismo), mas na verdade se refere a toda e qualquer ideologia que tenha como base Jesus Cristo e seus ensinamentos. Isso quer dizer que a umbanda e o candomblé, religiões que surgiram a partir do sincretismo do catolicismo e da cultura africana, é cristã (apesar de muitos dos cristãos afirmarem categoricamente que é "coisa do diabo");<br />
2.<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Paganismo é um termo vulgarmente usado para denominar religiões politeístas ou, nos dias de hoje, tudo aquilo que não é cristianismo. No entanto, a palavra "pagão" vem do latim "paganus", ou seja, aquele que mora no "pagos", no campo, na natureza. Dessa forma, o paganismo é o culto e o respeito às forças da natureza;<br />
3.<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>O catolicismo conviveu durante muito tempo com o paganismo em ascenção e, como acontece em toda cultura e religião, agregou a<br />
sua ideologia vários costumes pagãos.<br />
Entende-se dessa maneira que, ao contrário do que muitos pensam, o paganismo e o cristianismo não são ideologias opostas. Uma pessoa pode facilmente crer em Jesus e seguir seus ensinamentos, enquanto reverencia às forças da natureza. Para encarar a questão levantada a seguir, deve-se desmistificar dos conceitos errôneos que nos são impostos e tentar enxargar as coisas de forma menos esteriotipada.<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrnf5NgpqdjrcurlrghB7czrLSoymJrrfB-6kZkekQxt2Td_dJE7MUi2w0Lm9RGd_A8ziTensg-NrclBkXZBoib-Jj2vgOqLn8egAXG2uNtg15TTUgSfyoXni59lcNEL-rXvxqqRKNpyA/s1600/ostara+(1).jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrnf5NgpqdjrcurlrghB7czrLSoymJrrfB-6kZkekQxt2Td_dJE7MUi2w0Lm9RGd_A8ziTensg-NrclBkXZBoib-Jj2vgOqLn8egAXG2uNtg15TTUgSfyoXni59lcNEL-rXvxqqRKNpyA/s1600/ostara+(1).jpg" height="320" width="299" /></a>Antigamente, todas as pessoas eram pagãs. Os camponeses celebravam as mudanças das estações e construíam uma série de ritos e mitos acerca da natureza. O Equinócio de Primavera era, para eles, Ostara. É o momento do ano em que o Sol está diretamente em cima do Equador, fazendo com que o dia e a noite tenham a mesma duração. Ostara é basicamente um ritual solar, sinalizando na agricultura o tempo em que as sementes são plantadas e começam seu processo de crescimento. Ou seja, simboliza o início da fertilidade. O embriãozinho que vai tomando vida.<br />
Ostara tinha como característica em sua tradição a decoração de ovos. Os ovos simbolizavam a fertilidade da natureza e, em conseguinte, de seus deuses criadores. Além disso, era comum as pessoas esconderem esses ovos, uma vez que encontrá-los simbolizava que a pessoa alcançaria suas metas. (Alguma semelhança com a Páscoa?)<br />
Não para por aí! Os coelhos eram tidos como um dos maiores símbolos de fertilidade do paganismo, uma vez que levavam 28 dias (um ciclo completo de lunação) para gerar e dar a luz a seus filhotes. E, cá entre nós, como eles têm filhotes! Acreditava-se naquela época que um coelho havia pedido algum favor à deusa e, em troca, botou um ovo e decorou-o, presenteando-a. Essa deusa era Ostara ou Eostre, divindade saxã que simbolizava a primavera, a ressurreição e o renascimento (outra grande coincidência, não é mesmo?). Segundo a lenda, ela teria ficado tão feliz com o presente que acabou por decidir que toda a humanidade deveria recebê-lo. Assim, o coelho passou a viajar todo o mundo no equinócio de primavera, distribuindo a alegria e o amor da fertilidade e do renascimento da deusa Ostara.<br />
Obs: trata-se da primavera porque estamos falando da Europa, no hemisfério norte. Nessa época, os nossos índios aqui na América Latina também deviam estar comemorando de algum jeito muito especial a chegada do outono.<br />
<div>
<br /></div>
Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-39632882687257754632014-02-28T09:18:00.003-08:002014-02-28T09:18:26.767-08:00Um parágrafo sobre o mundo<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Esse mundo me trucida e me desgasta. Sua beleza me parece deprimente, já que é tão pouco admirada; sua essência me perturba, por ser ela mesma tão perturbada. Arrebenta-me, esse mundo, pois que todos parecem rebentar em explosões e explodir em rebentos - enquanto rebento eu mesma em lágrimas que nunca escapam aos olhos e explodo em revoltas contidas. Não é que eu não o entenda - é que o entendo e</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">m demasia. Entendo-o em seu âmago e conheço todas as suas peripécias. E é esse saber que me causa transtornos: vejo com tanta nitidez as correntes que aos outros são invisíveis! Quero desprender-me dos grilhões que me esmagam os ossos, mas quanto mais luto contra eles, mais o seu ferro gélido comprime meus pulsos. Sinto-me sufocada por esse mundo, como se o ar me fosse impróprio aos pulmões. Eu grito, esperneio e desespero. Eu suplico para ver-me liberta desse fardo, para ver o fardo transformar-se em bálsamo. No entanto, quanto mais rogo clemência, mais a realidade parece aprisionar-me a alma, que tanto anseia pela liberdade. Cortaram-me as asas, mas ainda tenho em minha essência o impulso de voar. Crescerão um dia as asas - as minhas, novamente, e as do mundo, incrivelmente?</span></div>
Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-27532752515473612362014-02-07T11:10:00.004-08:002014-02-07T11:13:05.904-08:00Grande Pequenez<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAzfyGEf0mxGLaL3GqtR4KAYmSynyCXhFlnhTaXr_GElTMi6kMKm5tNuf7V7Kys84zhPSOcAdeLHakq9WpZcEVdYJNvQYMy_b7Kun4n7VkRJV1EMkijA-2tfWbWaRGUDaqviFSuClfRHw/s1600/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAzfyGEf0mxGLaL3GqtR4KAYmSynyCXhFlnhTaXr_GElTMi6kMKm5tNuf7V7Kys84zhPSOcAdeLHakq9WpZcEVdYJNvQYMy_b7Kun4n7VkRJV1EMkijA-2tfWbWaRGUDaqviFSuClfRHw/s1600/large.jpg" height="427" width="640" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #37404e; line-height: 18px;">Apago e deixo de lado o que podia ser grande como um monte. Esqueço, porque não quero a grandeza. Quero o encanto das belas nostalgias, o encanto do pequeno e ínfimo, que faz a diferença que nada de maior nunca pôde. Não quero ser como o gigante que ataca, mas como o anã</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; line-height: 18px;">o ágil que recua e evita, até que o outro tropece em seu próprio pé. Quero ser como fada delicada cuja pequenez da fantasia traz o sorriso à criança e a perplexidade ao cético adulto, e cuja magia faz nascer no seio de qualquer alma amor resplandecente. Sim, eu quero ser aquele pequeno brilho que resplandece. Eu não quero ser sol, mas quero ser lua: refletindo e emergindo na noite, como uma guardiã noturna. Quero ser o pequeno botão de flor, e não a grande e voluptuosa rosa vermelha florescida: pois que quero ser delicada e frágil, ainda que cheia de espinhos para me proteger, pois que quero ter sempre a capacidade de desabrochar em sentimentos unos.</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: inherit; line-height: 18px;">E é dessa pequenez que me restituo oceano: e é esta alma pequena que faz-se eterna e infinita. Que escreve, e escrevendo perpetua. Eis aqui a minha aurora, o meu florescer. Eis aqui como me banho de raios dourados, como me inundo de alegria. Eis aqui como faço o meu ser ser mais que um: como viro coletivo e, virando-o, faço-o diferente. Sim, diferente. Eu quero mudar. Eu quero brilhar. E que seja uma pequena mudança: uma palavra, um sorriso. Mas que mude. Que seja um pequeno brilho: um amor, um olhar. Mas que brilhe e que ilumine. E que meus passos pequenos e luminosos possam guiar outros pela escuridão que eu mesma enfrentei, como se fossem vaga-lumes ensandecidos de paixão. Paixão pela vida que surgiu antes de rasgar o ventre de minha mãe, que surgiu antes de meus olhos presenciarem a luz do dia. Paixão pela vida: essa vida maior que é mais do que a existência.</span></div>
<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: inherit; line-height: 18px; text-align: justify;">Minha vivência é feita de paixão e é essa a engenhosa grandeza de minh'alma.</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: inherit; line-height: 18px;"></span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; line-height: 18px;">
</span>Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-86597918738149088212014-01-30T14:52:00.001-08:002014-01-30T14:53:52.404-08:00Sobre essências que dançam e reluzem<div style="text-align: justify;">
Algumas pessoas têm uma luz especial dentro de si. Resolvi escrever sobre elas, ao invés de escrever sobre aquelas que deixaram minha alma índigo brilhando em um vermelho enfurecido. Algumas pessoas sorriem um sorriso que irradia afeto. Seus olhos reluzem um amor intrancedente pelo infinito, pelo tudo que é maior do que todos. Essas pessoas aceitam a condição da matéria e a vida carnal, pois sabem que essa é a melhor maneira para se elevar. Essas pessoas estão sempre dispostas a aprender, a pensar, a perdoar, a aceitar. São pessoas que não só aceitam, mas amam a imperfeição, pois sabem que sem ela tudo seria muito banal e sem sentido. São pessoas que amam as particularidades alheias e se divertem observando-as, registrando-as, absorvendo-as.</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi5HkfsR_ZCefhPKTVJPWk3NA9sSzlixW3RuvBeCNvaPIAr7BxiIg2q1J3ZOAd9MpDDSJjKaKkiLjN0wnTooG_cRvyXZJyA3oDo377JTHm9GwUOqreNXEPg_Gcpi9Ko3cXpzKrYY2OvTs/s1600/1560675_1399734133615847_1608469243_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi5HkfsR_ZCefhPKTVJPWk3NA9sSzlixW3RuvBeCNvaPIAr7BxiIg2q1J3ZOAd9MpDDSJjKaKkiLjN0wnTooG_cRvyXZJyA3oDo377JTHm9GwUOqreNXEPg_Gcpi9Ko3cXpzKrYY2OvTs/s1600/1560675_1399734133615847_1608469243_n.jpg" height="400" width="282" /></a>Essas pessoas entendem que certas coisas fazem mais bem do que mal, e que outras fazem mais mal do que bem, mas não interferem no juízo que aqueles que estão ao seu redor fazem do certo ou errado. Entendem que os pensamentos são subjetivos - e que isso enche a vida de beleza singular. Essas pessoas estão sempre a postos para compreender: compreendem todo tipo de atitude, todo tipo de pensamento, todo tipo de erro. Elas só não toleram a injustiça, elas não toleram que se julgue uns aos outros, não toleram ofensas a quem quer que seja. Porque elas vieram para ser paz e fazer paz, e sabem que a felicidade não pode coexistir com atitudes de tão baixa estirpe.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mais que paz: essas pessoas querem o caos da felicidade e da alegria sem limites. Elas querem o caos do amor verdadeiro e das emoções de grandeza. Elas querem a turbulência pacífica que o espírito sente quando penetra a real pureza da existência. Essas pessoas entendem que apenas aceitando o que são e tentando sempre elevar suas atitudes e seus pensamentos é que se encontram com o divino. O divino que está dentro de cada um. Essas pessoas querem se conectar com essa energia primordial do universo que vibra em cada essência, em cada coração. Elas sabem que dentro de si há uma imensidão imensurável e que, ao mesmo tempo, fazem parte dessa imensidão. Elas amam o universo, e são o universo. Sabem que todas as energias estão interligadas, que há uma teia invisível que une tudo aquilo que existe. Sabem que o pensamento é a força mais poderosa.</div>
<span style="text-align: justify;">Sabem que muito ainda é desconhecido, e lutam por adquirir cada vez mais conhecimento. Sabem que nada sabem, e é isso que os torna diferentes dos ignorantes. Estão sempre em busca de mais. Estão sempre em busca do amor: da energia mais pura, da força mais suprema. Não se importam em que face vem esse amor: se é o amor do recém-nascido, da velha sábia, da mãe ou da donzela. Não se importam se esse amor vem do azul do céu ou do vermelho faiscante das chamas. Se vem do profundo impenetrável do oceano ou da redenção da terra que está sempre ao nosso redor.</span><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"></span><br />
<span style="text-align: justify;">Eles vêem o amor na natureza e em todo o resto. Vêem o amor em tudo e, por se ligarem de forma tão bela a sentimentos de tão alta estirpe, têm na aura um brilho que resplandece. É por isso que são tão felizes, e ao mesmo tempo se sentem tão sós: não são compreendidos, mas compreendem. E amam. Amam, amam, amam. Têm em si o maior poder no mundo: a própria mente e o amor que sentem. E sabem que podem construir o que quiserem com esse poder. Porque a mente comanda tudo, e o amor é a única força capaz de vencer todo tipo de trevas.</span><br />
<div style="text-align: justify;">
Eleve-se ao amor existencial, e não ao superficial. E resplandeça você também! Faça com que a sua essência fomente e chacoalhe. Faça com que ela dance e, finalmente, reluza. E seja, você também, uma dessas pessoas que deixam que o seu brilho ascenda e acenda tão firmemente que acaba por guiar os outros através da escuridão.</div>
Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-43805171286101121012014-01-15T18:57:00.001-08:002014-01-15T19:04:40.135-08:00Santuário<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Está tudo tão vazio e sem sentido... A página me aguarda em branco e
as palavras não vêm dar o ar da graça. Ainda há todo um caderno para ser
preenchido – e páginas em branco me assustam. Pulei a primeira: não confio o
bastante em mim mesma para escrever numa primeira página – e talvez ela também
me assuste um pouco. Estranho pensar em como antes tudo isso me excitava e
divertia; desafiava-me.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4yM5ERwTfexcif86QGMa44WaKALnqBYrc2lkMcLYrbaM1j9_14wGlzhNBzjOhWUlKfKBnhda5kRaK36M2vsVXXhoVN8n48jRHA0Tt9dGAZh1Up1kE14Zs7Fcde44xr_b1YVGISmOxVmw/s1600/large.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4yM5ERwTfexcif86QGMa44WaKALnqBYrc2lkMcLYrbaM1j9_14wGlzhNBzjOhWUlKfKBnhda5kRaK36M2vsVXXhoVN8n48jRHA0Tt9dGAZh1Up1kE14Zs7Fcde44xr_b1YVGISmOxVmw/s1600/large.png" height="320" width="269" /></a>Não peço mais para que me desafiem: sou meu próprio desafio e,
covarde, não sei como enfrentar-me. Entrego-me, portanto, ao ócio e à rotina –
e tenho asco dessa atitude fugitiva. Não mais permito que grandes sentimentos
me invadam a alma furiosamente – logo eu, que sempre me orgulhei de meus
ímpetos flamejantes. Meu eu vai dessa forma perdendo o preenchimento luminoso e
o contorno singular, ganhando o aspecto rotineiro e maçante dos espíritos que
não têm nobreza. Torno-me cada vez mais pérfida e superficial, escondendo meu
real brilho no mais profundo poço de meus labirintos.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Antes de perder-me nas linhas frias desse caderno, perco-me dentro de
mim. Mas não me perco em voluptuosidades: perco-me no oco e no caos do nada –
ao invés do caos do todo que sempre me apeteceu a alma aventureira. A aventura
também se perde; perde-se no unilateral dia-a-dia. Minha alma perde as facetas
de diamante; minha aura perde a cor – torna-se opaca. Perde-se tudo, menos a
covardia e o medo.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Eles me sufocam e enevoam-me a visão – fico sem reação, sendo que tudo
o que mais preciso é reagir. Pois que eu faça dessa confissão a minha reação e
que, reagindo, eu ganhe cada vez mais força. Emergir-me-ei dessas águas
tumultuosas que me afogam, graças ao poder sem limite das palavras que
proclamo.</div>
<span style="text-align: justify;">Faço de mim meu mais sagrado santuário de minha própria luta.</span>Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-53162173453189698562014-01-07T14:28:00.001-08:002014-01-07T14:28:08.302-08:00O fim de uma Era<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Com os pés descalços,
Agatha ia adentrando nos mistérios da floresta, passo a passo, sentindo a grama
úmida de orvalho e a terra entre seus dedos. As folhagens das árvores lhe
ocultavam o luar e dele ela podia apenas fisgar resquícios. Não enxergava nada senão
um breu de tons confusos, mas não tinha que enxergar muito: mesmo em sua
semi-cegueira, sabia exatamente para onde se dirigia. O cenário ficava cada vez
mais claro e lúcido e, vagarosamente, iam-se diminuindo os obstáculos pelo
caminho. Dois troncos a sua frente faziam um portal, retorcidos, unidos, no
gracioso esplendor da arquitetura da natureza. Agatha sorriu; seguiu a diante;
viu o luar. Era inóspito, distante. Brilhava em sua magia, solidão e mistério,
ainda assim fazendo parte de todo o cenário e cedendo-lhe um pouco de sua
magnificência e exuberância.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoUASQn6Ly6a6etBlH0CkRWfRfgisk7IzrNA8C45kPa0J4ULDAQJ_laWpe6tJsTo2U8BJcgiC8L8JwVQ0cXjKLbZ60lwVZENkGhwyfX6CvLuyLCgx4QiPeKNE8QY1JhcWEcvY9FScgcqA/s1600/lobo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoUASQn6Ly6a6etBlH0CkRWfRfgisk7IzrNA8C45kPa0J4ULDAQJ_laWpe6tJsTo2U8BJcgiC8L8JwVQ0cXjKLbZ60lwVZENkGhwyfX6CvLuyLCgx4QiPeKNE8QY1JhcWEcvY9FScgcqA/s1600/lobo.jpg" height="400" width="322" /></a>Estava em uma
clareira cercada de árvores gigantes e iluminada pelo tão altivo luar. O lobo a
esperava no centro da clareira: era enorme e belo, tinha olhos mansos, fortes e
destemidos – como deveria ter todo rei – e os pelos macios e aconchegantes. Uivou
com a chegada da bruxa, levantando-se nas patas trazeiras e tentando alcançar a
lua. Agatha correu a seu encontro e abraçou aquele que era seu protetor.
Deitaram-se ambos, aconchegando-se um a energia do outro, revigorando suas
almas em benefício daquela harmoniosa troca. Agatha acomodou-se sobre o
gigantesco lobo e observou a luz fantasmagórica da lua. Entraram em transe
juntos, bruxa e lobo, vendo o fim de toda uma Era do mundo que ficava do outro
lado do portal.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O que para os outros
era caos e destruição, para eles era bênção e redenção. Se os humanos viam um
fogaréu chamejante, os seres que tinham em si a Magia e a Verdade viam a luz explosiva
das salamandras a desejar glória à humanidade pela ascensão. Se os humanos viam
destrutivas rajadas de água, eles viam a pureza sendo enviada pelas ondinas em
forma de ondas revigorantes. E, se os furacões levavam as casas, eram os silfos
dizendo que não precisariam mais de tudo aquilo de tão material e concreto. Se
a terra engolia os carros, eram os gnomos dizendo que a mente viaja mais rápido
e não agride a mãe natureza.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O lobo uivou em
êxtase e, se a humanidade o visse, diria que seus olhos tingiam-se do vermelho
do sangue, que sua expressão era raivosa, que ele amava o caos. Mas ele amava a
vida e seu ciclo incessante de amor e renovação, ele amava a natureza e todas as
maravilhas que a acompanhavam, ele amava a magia e conseguia senti-la nas
menores coisas. Seus olhos tingiam-se de azul, como o céu puro e calmo. Sua
expressão era benevolente. Com o uivo do companheiro mágico, a bruxa despertou.
Na Terra, sua morada temporária, era vista como má. As pessoas eram ignorantes
e julgavam suas crenças e seu poder. Mas, em sua essência, ela estava em paz.
Em seu mundo, ela era compreendida e amada. Em seu mundo, toda a sua magia era
sagrada.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="text-indent: 35.4pt;">Ajoelhou-se e agradeceu à Lua.</span></div>
Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-58353378399624352412013-12-31T09:07:00.000-08:002013-12-31T09:08:17.936-08:00Retrospectiva Palavras de uma Menina 2013!<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Nesse fim de ano resolvi fazer duas
surpresinhas por aqui... Uma é em homenagem ao próprio blog, que em 2013
alcançou seu máximo de visualizações por dia. Antes de escrever esse texto dei
uma checada nas estatísticas do blog e me impressionei: ao todo são nada mais
nada menos que 5104 visualizações! Portanto, creio que minto quando digo que a
homenagem é feita ao blog... Na verdade, esse texto é um agradecimento a vocês.
Descobri até que tenho fãs! Gente que não perde uma postagem e que adora ler
meus textos. Isso é de deixar qualquer pseudo-escritor feliz. A outra
surpresinha vem mais tarde (suspense, hahaha).<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Bom, vamos lá. Retrospectiva
Palavras de uma Menina 2013!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZy5HojRkaKnpt5Wbu80pnTj-RYVcQt4iyTqPmAspNx_PfXp7nw8BNfDDDTb94nEbFeuw7G7QLs6ux4ZuwpJ47x2YGGVauIUbaSr-kb-Tx50jQw8x0MFdBy1jWgS2IWXdR3rQnz8mVpzY/s1600/titulo.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="60" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZy5HojRkaKnpt5Wbu80pnTj-RYVcQt4iyTqPmAspNx_PfXp7nw8BNfDDDTb94nEbFeuw7G7QLs6ux4ZuwpJ47x2YGGVauIUbaSr-kb-Tx50jQw8x0MFdBy1jWgS2IWXdR3rQnz8mVpzY/s400/titulo.png" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">O ano aqui no blog começou dia
06/01, com o texto A Maior Expressão da Perfeição. Juro que não me lembrava
desse texto e, quando o li, lembrei das circunstancias e os motivos que me
levaram a escrevê-lo. Assumo que até uns meses atrás esse era um assunto que
ainda me chateava de vez em nunca, quando uma memória me assaltava a mente, mas
de um tempo para cá tenho esquecido completamente sobre isso. Fiquei receosa de
reler o texto e ficar, novamente, incomodada. Mas ao fazer isso, percebi que o
texto é, na verdade, sobre uma grande conquista minha. A mudança de ponto de
vista que apresento nesses escritos foi essencial na minha vida, o ponta pé
inicial de tudo aquilo que hoje me faz tão feliz. Lá vai um trechinho: <i>“</i><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-style: italic;">Tanto a água
pura quanto a poluída cai sobre a terra e é sempre tida como bênção: é a Vida
em uma de suas maiores expressões de perfeição. Ambas – a água pura e a poluída
– evaporam e fazem falta: o terreno se torna seco e sem vida. O cenário é
horrível. Mas então ela volta em forma de chuva e, dessa forma, volta pura.
Aprendi que assim também é o amor: ele pode ser destrutivo ou construtivo, mas,
se existe, nosso coração pula em alegria indescritível. Quando vai embora faz
falta: faz com que nos sintamos vazios. Quando volta, vem melhor.</span><i>” </i><a href="http://palavrasdeumamenina.blogspot.com.br/2013/01/a-maior-expressao-da-perfeicao.html">Leia aqui.</a></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Depois desse
texto, vem o Novidades no Blog. Um monte de ideias que tive para melhorar o
Palavras de uma Menina – e que nunca coloquei em prática. Peço perdão... Quem
sabe as coisas mudem em 2014?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; line-height: 115%;">Aí é a vez
de Tic-Tac! Que delícia escrever esse conto! O processo de escrita começou no
meio da aula, lembro-me bem, no meu caderninho de textos. Quando digitalizei,
melhorei uma coisinha ou outra, e plin! saiu assim um dos meus escritos que
mais gosto. Falando um pouquinho sobre medo, um pouquinho sobre loucura, e
talvez sobre coisas que persistem em invadir nossa mente, Tic-Tac esteve por
muito tempo no ranking dos mais lidos do blog e, na minha opinião, deveria
voltar para lá! <i>“Sua mãe dizia-o tísico e
tubérculo, acusando-o de pecador por tão desgraçada saúde. É verdade que nunca
fora abençoado com os ares salutares que exalavam de sua árvore genealógica,
mas também nunca fora amaldiçoado com aquela vontade infernal de pecar, com
aquela chama mortal que queima as almas, criando máculas horrendas no ser
daqueles que o fazem. Não, nunca pecou. Era, na verdade, um ser bastante pacato</i></span><span style="font-family: inherit;"><i>
(...) À medida que o tempo passava, ia ficando cada vez mais ensurdecedor. Nos
últimos anos, tornara-se insuportável: ouvia-o antes de dormir, principalmente
quando a mulher ainda não havia chegado em casa; ouvia-o durante o trabalho,
quando o patrão lhe vigiava com olhos de águia; ouvia-o quando visitava o
túmulo da mãe, com o mármore frio vigiando-lhe e alertando-lhe de que devia se
confessar.” </i><a href="http://palavrasdeumamenina.blogspot.com.br/2013/03/tic-tac.html">Leia aqui.</a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 115%;">Chegamos
então a Caos. Caos é um desses textos que o escritor cria tentando ajudar a si
mesmo e que, na maioria das vezes, acaba ajudando uma cambada de gente! Também
gosto muito desse texto e o recomendo às pessoas que se sentem vazias. Foi uma
fase de mudança para mim e que me levou a ser muito mais feliz do que fui em
qualquer outro momento de minha vida, embora as circunstancias externas não
levem a crer nisso. É impossível descrever, sugiro que leiam! Aqui vai um
pouquinho dele, para vocês ficarem com água na boca: <i>“Eu quero o caos de não ter certeza de nada, eu quero o caos de falar o
que eu quiser e fazer o que eu quiser. Eu quero o caos de poder querer. Eu
quero o caos de ser eu mesma, pois agora até duvido de que eu exista. Estou
viva, mas não existo. Os dias passam, e é apenas isso que significam para mim.
Sinto-me em um abismo, sendo sugada, mas sem lutar contra nada, com uma
resignação que causaria asco naquela menina que eu fui um dia.</i></span><i>” </i><a href="http://palavrasdeumamenina.blogspot.com.br/2013/04/caos.html">Leia aqui.</a><i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; line-height: 115%;">Em 19/06 a
mudança em mim estava estabelecida! Eu tinha um jeito todo meu de pensar, novo
e sem medos. Minto, estava repleto de medos! Mas tinha, mais do que isso,
coragem. Não se enganem: a coragem consiste em enfrentar os medos e não em não
tê-los. Esse é outro texto indescritível, um dos melhores que já escrevi, um
dos que mais gosto. Se eu fosse dizer um texto desta lista que vocês TÊM de
ler, seria esse. <i>“Chegamos a ponto de não
nos permitir ao menos desejar. E, aí sim, o anseio torna-se importante para
nós: é preciso deixar-se querer. Até certo momento, dá-nos forças, depois de um
tempo, aniquila-as. Tudo na vida tem que ter equilíbrio, não é mesmo? Não.
Todos concordam que felicidade nunca é demais. Deveríamos primar por ela,
portanto.</i></span><span style="font-family: inherit;"><i>” </i><a href="http://palavrasdeumamenina.blogspot.com.br/2013/06/carpe-diem.html">Leia aqui.</a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 115%;">Vem então
Paredes – outro texto incrível, modéstia parte. Até hoje não sei de onde raios
me veio essa ideia, acho que simplesmente fui escrevendo, como de praxe, e a
coisa toda foi fluindo. Paredes conta sobre um mundo em que as pessoas
mostravam o que eram em uma parede. E sobre como Priscila venceu alguns vícios
e problemas com uma só escolha – uma escolha que deu trabalho, mas que deixou
sua parede muito mais bonita. <i>“</i></span><span style="font-style: italic; line-height: 115%;">As paredes estavam todas manchadas, machadas de café, de tinta, de
rabiscos de crianças, machadas de bolor. Estavam manchadas de alguma coisa que
as tornava diferentes uma das outras e, de certa forma, especiais. Todas elas
haviam sido brancas um dia, mas seus donos resolveram dar-lhes nova cor,
dar-lhes características próprias.</span><i>” </i><a href="http://palavrasdeumamenina.blogspot.com.br/2013/07/paredes.html">Leia aqui.</a><i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 115%;">Filha das Águas foi escrito a partir
de anseios pessoais e um trechinho da música Never Let Me Go, de Florence
Welch. E, claro, com a minha mãe servindo de forte inspiração. O conto fala de
Luisa e de sua descoberta: Luisa sempre foi, em sua alma, uma sereia. <i>“<span style="background: white;">A candidez
do toque do mar gelado em seu corpo trazia-lhe grande sensação de paz, como se
uma luz branca invadisse-lhe a alma. Abriu os braços, deixando que as ondas
levassem consigo tudo de ruim que havia em seu corpo e sua alma. Fechou os
olhos, imaginando um negrume sair de si e ir se dispersando no sem-fim oceânico.</span>”</i></span><span style="background: white;"> (Depois me disseram que 13/08, o dia de postagem
desse texto, é também o dia da Deusa Hécate... Coincidência? Vocês decidem.) <a href="http://palavrasdeumamenina.blogspot.com.br/2013/08/filha-das-aguas.html">Leia aqui.</a><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 115%;">Continuando
nessa linha espiritual, escrevi A Cabocla – texto inspirado na Cabocla Jurema,
entidade da Umbanda. Foi muito bom escrever sobre essa entidade incrível, não
sei muito sobre ela, mas tenho certeza de que fui muito bem inspirada para
criar esse conto. <i>“Saiu em disparada, com a cabeleira negra ao vento, as penas
que vestia a dançarem pelo corpo. Parecia, antes de índia, onça, tamanha era a
afinidade de sua alma com a mata e os bichos.</i></span><i>” </i><a href="http://palavrasdeumamenina.blogspot.com.br/2013/08/a-cabocla.html">Leia aqui.</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 115%;">Chegamos
finalmente a um texto que me é motivo eterno de orgulho! Em quarto lugar no
ranking dos mais lidos do blog, Pelo Direito de Ser – Não Importa o Que retrata
uma luta pessoal. Texto cheio de ideologias, contra qualquer tipo de preconceito
e opressão. Se você, algum dia, já foi julgado, não tem como não ler. Ideias um
pouco fortes para alguns, mas incrivelmente necessárias. Sério mesmo? Com toda
a modéstia, é incrível! <i>“É isso mesmo:
defendo o direito de ser imperfeito. Esse que todos temos – ou deveríamos.
Defendo o direito de ser o que se é e não o que se quer que seja. Defendo o
direito de ir contra a corrente. Defendo o dever de não julgar, afinal, cada
qual é cada qual, o certo e o errado são subjetivos e as coisas que trazem
felicidade, também.</i></span><i>” </i><a href="http://palavrasdeumamenina.blogspot.com.br/2013/10/pelo-direito-de-ser-nao-importa-o-que.html">Leia aqui.</a><i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 115%;">Sobre Balões
e Medos surgiu de um desafio proposto por minha professora Luciana a mim e a um
amigo: tínhamos de escrever sobre o medo de ter medo. É um desses textos super
criativos que eu não sei de onde saem – mas sempre saem, e sempre ficam demais.
Também gosto muito dele. O que você faria se estivesse nessa situação? <i>“Contudo, eram humanos e humanos têm, em seu
coração, medo. Um medo sufocante do novo; um terror ácido que corrói a vontade
e a curiosidade; umas brumas densas de temor que envolvem o coração e cegam a
visão; um horror que inutiliza o cérebro.</i></span><i>” </i><a href="http://palavrasdeumamenina.blogspot.com.br/2013/11/sobre-baloes-e-medos.html">Leia aqui<i>.</i></a><i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 115%;">Chegamos em
novembro com Sobre Pessoas e Flores Violetas, texto que inicialmente foi
escrito como prólogo de um futuro livro, mas que resolvi postar por tê-lo
adorado. <i>“</i></span><i><span style="line-height: 115%;">É isso que
você quer? Deixar seu eu, sua essência, a si próprio com todas as
particularidades e perfeições de lado e viver uma vida inventada, com alegrias
falsas? Você tem fé? Você crê em algo? Bem, comece a crer
em você.”</span></i><span style="line-height: 115%;"> Na minha
opinião, esse texto merecia mais visualizações do que tem... <a href="http://palavrasdeumamenina.blogspot.com.br/2013/11/sobre-pessoas-e-flores-violetas.html">Leia aqui.</a><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">É a vez de Fugindo ao Comum – o tão
polêmico texto. Pela qüinquagésima sétima vez: eu não defendo o aborto. Vida é
vida e é feita para ser vivida. Eu, como feminista, creio somente que ele
deveria ser legalizado, porque a mulher tem de ter o direito sobre o próprio
corpo, e em nome de tantas que arriscam suas vidas em métodos arriscados. Não
se enganem: ele acontece, havendo legalização ou não. Com a legalização,
entretanto, é tudo mais justo e seguro. Não vou colocar trecho, minha opinião
já está aqui e quem quiser mais argumentos pode clicar no link ao lado. O texto
está em décimo lugar no ranking – afinal, a polêmica serviu de algo: foi uma
bela publicidade. <a href="http://palavrasdeumamenina.blogspot.com.br/2013/11/fugindo-ao-comum.html">Leia aqui.</a><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 115%;">Terminamos a retrospectiva com
Contagiante – outro texto que amo e que deveria ter mais acessos. Foi postado
no dia 18/12 e não há palavras para descrevê-lo (senão as que estão nele).
Merece a leitura, de verdade. <i>“</i></span><i><span style="line-height: 115%;">Eis minha filosofia: ser o que sou, fazer o que quero, pensar como
devo, viver para ser feliz. E viver para ser feliz não é sair fazendo tudo o
que lhe vem a cabeça, é esquecer o que vem a cabeça dos outros quando você faz
algo.</span> (...)Quê é a imagem? Vaga; passageira; para ser distorcida precisa
apenas de um grão de maldade. (...)Um dia, talvez, alguém leia esse
texto e<span class="apple-converted-space"> </span>realmente<span class="apple-converted-space"> </span>o compreenda. Não me chamarão de louca, nem de idealizadora. Ao invés
disso, essa pessoa sorrirá – se sentirá compreendida. Eu lhe compreendo, alma
feliz.”</i><span style="line-height: 115%;"> Agradeço pelo número de pessoas que vieram me contar que se
sentiram compreendidas: vocês restauram a minha fé no mundo. <a href="http://palavrasdeumamenina.blogspot.com.br/2013/12/contagiante.html">Leia aqui.</a><o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Enfim, qual foi o saldo do ano?
Textos maravilhosos. Creio que aprimorei bastante minha escrita, minha
criatividade e minha ideologia – criando textos cada vez melhores. Se preparem:
ano que vem só tende a melhorar! Obrigada, novamente, pelas visualizações e por
esse 2013 incrível de escrita.</span></span> <o:p></o:p></div>
Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-58559059318130754052013-12-18T07:11:00.002-08:002013-12-18T07:11:31.751-08:00Contagiante<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Algum dia as pessoas
a minha volta acostumar-se-ão com o que sou, com minhas particularidades.
Passarão a melhor aceitar minhas inconstâncias e meus delírios – até acharão
tudo isso muito normal. Dirão: “É excêntrica, essa menina”. Não se sentirão
desconfortáveis com minhas atitudes e minhas palavras – minhas sinceridades. O
que acontece, o que sou – na lata. Algum dia as pessoas entenderão que não têm
a coragem que tenho, mas que não devem me julgar por isso – ao contrário.
Compreenderão, essas pessoas, que resolvi deixar para trás os conceitos de
certo e errado, de aceito e não aceito. Achei legal isso de nadar contra a
corrente – a corrente era constante e homogênea demais. Às vezes peco em minha
filosofia, e geralmente acontece quando sou criticada por alguém que muito
considero. No fim, entretanto, sempre volto a ela, e a ela sempre recorrerei
porque sei que é fonte de minha felicidade.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Afirmo: se todos
tivessem essa coragem e essa disposição que tive, o mundo seria melhor.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="http://data1.whicdn.com/images/91541492/large.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://data1.whicdn.com/images/91541492/large.jpg" width="320" /></a>Eis minha filosofia:
ser o que sou, fazer o que quero, pensar como devo, viver para ser feliz. E
viver para ser feliz não é sair fazendo tudo o que lhe vem a cabeça, é esquecer
o que vem a cabeça dos outros quando você faz algo. É agir pelo prazer, mas é
ter consciência do que é benigno e maligno para si. Em minha ideologia, nada
que possa fazer mal ao outro, é bom para mim. Então, ao contrário, faço apenas
aquilo que desperta aos outros as emoções mais puras – e a felicidade mais
terna. Porque é isso que quero para mim.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Não julgo – cada qual
é cada qual. Além do mais, não gosto de ser julgada.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Esqueçam o tal do “não
é bem visto”. Para quê precisa ser bem visto? E quê muda não ser?</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Reprimimo-nos em nome
da imagem inconscientemente. Quê é a imagem? Vaga; passageira; para ser
distorcida precisa apenas de um grão de maldade. Esqueçam a imagem – senão aquela
que vocês têm de si mesmos. Porque é isso que importa.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O que você <i>realmente</i> pensa de si? Isso que deve
fazer diferença em sua vida.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
E, enquanto estiver a
pensar sobre si e achar algo que não gostou muito, passe esse achado por
algumas peneiras. Por que não gostou? Que mal há nisso? É algo que deve ser
mudado? Se, sim – mas apenas se <i>realmente
</i>sim – mude. Pela sua felicidade, tenha a coragem da mudança.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Adapte sua vida para
si, para sua alegria. Faça dela uma luz contagiante, e guie os outros através
da escuridão.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Acredite: você vai
falar sozinho por muito tempo. Mas alguns entendem, e também passam a irradiar
uma luz encantadora. Assim, o mundo vai ficando, aos poucos, mais luminoso,
mais alegre.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
A tristeza, é bem
verdade, traz o conhecimento, o crescimento. Mas de nada adianta se você não
consegue enxergar o arco-íris após a tempestade. A alegria é necessária e você
pode, sim, ser feliz hoje.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Você pode ser feliz
sem dinheiro, sem o carro dos sonhos, sem o parceiro ideal. Você pode ser feliz
em uma casinha pequena e confortável, andando em uma bicicleta e fazendo o que
ama todos os dias. Você nunca está tão sozinho quanto pensa.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Sempre tem alguém
que, assim como você, resolveu ser feliz – e esquecer os padrões da sociedade.
Ser feliz de verdade.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Um dia, talvez,
alguém leia esse texto e <i>realmente </i>o
compreenda. Não me chamarão de louca, nem de idealizadora. Ao invés disso, essa
pessoa sorrirá – se sentirá compreendida. Eu lhe compreendo, alma feliz.</div>
Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-32507789737878856752013-11-29T05:59:00.001-08:002013-11-29T06:07:06.032-08:00Fugindo ao comum<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aviso desde já: esse texto não será como os outros. Fugirá ao comum de vossa leitura nesta página, caro leitor. Sucede
que cansei de explicar mil vezes o mesmo posicionamento e, cansada, resolvo
explicá-lo ainda mais uma vez – escrevo. Será, portanto, a vez definitiva,
eternizada pelo papel e pela tinta. Ainda que, já que vivo na era da
tecnologia, se necessário for posso vir a acrescentar um ou outro aspecto que
me falhou ou faltou na primeira argumentação.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eis que meu tema é a legalização do aborto e minha tese é a
favor. Nem por isso nego o direito da vida e a benção genuína que ela
representa. Remendo-me com detalhes necessários para a compreensão do caro
leitor: não sou a favor do aborto, mas, como já dito, de sua legalização.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="http://alemdogenero.files.wordpress.com/2008/03/rosie_the_riveter.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://alemdogenero.files.wordpress.com/2008/03/rosie_the_riveter.jpg" width="247" /></a>Pensemos no contexto e logo compreenderemos minha defesa. O
Brasil tem, em sua legislação, que o aborto é crime. Não é a toa que a mulher
brasileira nada pode; não é a toa que uma em casa três brasileiras já sofreu um
estupro; não é a toa que somos obrigadas a trocar de roupa para sair na rua se
quisermos evitar sermos agredidas por olhares e palavras machistas; não é a toa
que somos obrigadas a abaixar os olhos e engolir uma série de humilhações de
gênero. Afinal, o país nega, em sua base política, o direito que a mulher
deveria ter em relação ao próprio corpo – o direito de escolher quando, como e
com quem deve ter um filho, e quando não deve. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É mais fácil – e mais bonito aos olhos dos moralistas e
conservadores – criar uma bela Lei Maria da Penha. Não me calo e logo digo:
vivemos em um país cheio de hipocrisias, e essa é apenas mais uma.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sobre o aborto em si, a conversa é outra. É pessoal. Se uma
amiga pedisse-me a opinião, seria essa: de que a vida tem de ser resguardada.
De que a vida é linda. De que nada vem por acaso na nossa vida. Mas é pessoal
e, ainda mais: subjetivo. O que não é nada subjetivo é o fato de que o país
deveria dar à mulher esse direito – ou ao menos permiti-lo.</div>
Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-5782372557057023712013-11-25T05:37:00.001-08:002013-11-25T05:37:13.081-08:00Sobre pessoas e flores violetas<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkvs9KqVV0GiPEUVDDcwCb4FvTCFvv8NXN8nZe4kRfipZ3hxvWnImFqRvXtH1UG8d2O_eRS6sA4VNBhzl1N-XM3wZDy8md9bCDUM11O10bP0gxew7mhSqsWQ59iCGBc6_WCAUKmH8JIpE/s1600/Jacarand%C3%A1s+01.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkvs9KqVV0GiPEUVDDcwCb4FvTCFvv8NXN8nZe4kRfipZ3hxvWnImFqRvXtH1UG8d2O_eRS6sA4VNBhzl1N-XM3wZDy8md9bCDUM11O10bP0gxew7mhSqsWQ59iCGBc6_WCAUKmH8JIpE/s320/Jacarand%C3%A1s+01.jpg" width="320" /></a>Olhe para a janela. O
que você vê? Vou contar-lhes o que eu vejo: vejo um céu tão azul quanto pode
ser; vejo a casa da minha avó, com seu telhado velho e seu muro embolorado;
vejo a árvore que lhe trás sombra florescida, salpicada de pontos violetas, o
sol fazendo resplandecer seu verde. Chove uma chuva fina – assemelha-se a
pingos de ouro à luz do astro-rei. Também vejo pessoas. Daqui de cima, vejo
pessoas andando nas ruas lá embaixo. Entristece-me vê-las. Não são pessoas
felizes – ou pelo menos não parecem pessoas felizes. Andam cabisbaixas, com os
ombros dobrados e o queixo quase encostado no peito, olhando para baixo. A mãe
leva as crianças pelas mãos – esbravejando a cada passo. E é bem assim: quando
a criança se atreve a olhar para cima, se atreve a sorrir e a tentar o
inesperado... Bem, aí a mãe lhe segura forte o antebraço e fala brava para que
continue a andar.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
A vida nos faz isso.
A vida às vezes é uma mãe rabugenta que nos segura pelo antebraço. A vida às
vezes não quer que vivamos plenamente. Às vezes a vida faz com que continuemos
apenas sobrevivendo. A vida quer que vivamos ou que sobrevivamos? Ilógico.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Vejo algumas pessoas
com os olhos bem abertos. Mas, revirando ao avesso a máxima, as portas de suas
almas não estão abertas – nem as janelas. São pessoas atentas, a procura de
ameaças. Pessoas com medo. Pessoas com medo de ter medo. Pessoas olhando ao
redor assustadas. Elas vêem o mundo, mas não são capazes de enxergá-lo. Estão
vendadas, essas pessoas. Seladas, fechadas. Presas. Presas cada uma a alguma
coisa diferente, mas todas presas. Mal sabem quão bom é libertar-se.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Ninguém parou para
observar as flores violetas – e elas só estão ali em certa época do ano.
Imaginem só o céu! Quem para a fim de deslumbrá-lo se ele, afinal de contas,
está sempre lá? E por que olhar? Por que deixar-se encantar? Por que
libertar-se, já que é tão cômodo que tudo continue como está? Uma vida
resignada e submissa é tão fácil de ser vivida... Talvez as coisas tenham sido
feitas com o intuito de não haver esperança.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Espere.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="text-indent: 35.4pt;">É nisso que você acredita? Acredita que a vida não
é feita para ser vivida? Vê a ela como algo cruel?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
É isso que você quer?
Deixar seu eu, sua essência, a si próprio com todas as particularidades e perfeições
de lado e viver uma vida inventada, com alegrias falsas?</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Você tem <i>fé</i>? Você <i>crê</i> em algo? Bem, comece a crer em <i>você</i>.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Texto inicialmente escrito como prólogo do livro Percepção (escrita em andamento) de Janaína Sícari e adaptado para o blog Palavras de uma Menina.</div>
Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-81256569273718183322013-11-03T08:54:00.001-08:002013-11-03T08:58:37.722-08:00Sobre balões e medosEram milhões de balões e, como todos os balões, no começo, eles não passavam de um plástico sem graça, sem vida, irrisórios. Esses eram ainda mais bobinhos: não tinham cor. Que balões eram esses, totalmente desprovidos de alegria? Esperavam pela magia. Quando viria ela preencher-lhes com o sopro da vida?<br />
Os homens, que, ao contrário dos plásticos, tinham alma, encontraram-nos. Não sabiam que eram balões, claro, porque balões ainda nem existiam, mas sentiram despertar dentro de si uma curiosidade irreverente sobre aquilo que viam. Queriam criar e inovar, usar da feitiçaria do conhecimento para construir um sentimento puro que faria voarem aqueles materiaizinhos estranhos.<br />
Contudo, eram humanos e humanos têm, em seu coração, medo. Um medo sufocante do novo; um terror ácido que corrói a vontade e a curiosidade; umas brumas densas de temor que envolvem o coração e cegam a visão; um horror que inutiliza o cérebro.<br />
Não tiveram os homens ao menos a chance de ter um motivo pelo qual amedrontarem-se. Afinal, não puderam dar cor e ver as cores flutuando. Não puderam sentir a emoção de fazer o plástico virar balão <span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;">–</span> e, depois, o balão virar alegria. Pelo medo de perder o que vinha pela frente, perderam sentimentos tão singulares.<br />
<a href="http://data1.whicdn.com/images/84601365/large.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://data1.whicdn.com/images/84601365/large.png" width="320" /></a>Perderam o céu azul salpicado de pontinhos coloridos. Perderam o contraste do plástico rosa, amarelo, laranja e verde nas nuvens de um branco tão puro. Perderam os raios solares fazendo com que as cores se acendessem ainda mais <span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;">–</span> e fazendo ascender dentro dos corações essa alegria que transborda do corpo e da alma. O medo estagnou o sentimento do mesmo jeito que vive estagnando as pessoas, suas vidas e suas ações. O medo que veio antes do próprio medo foi o mal dos homens, nessa história e em todas as outras, que não puderam dar vasão à sua criatividade e curiosidade.<br />
No fim das contas, o ser humano não precisa ter por que temer <span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 17px;">–</span> ele sempre arruma um motivo. Porque não ter medo amedronta mais do que tê-lo. Ninguém percebe que o pior medo é o medo de ter medo. Ninguém percebe quão inúteis são todos esses temores e quão mais simples seria nossa vida sem eles.Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-3659053282184625732013-10-15T15:17:00.002-07:002013-10-15T15:17:24.765-07:00Pelo direito de SER – não importa o que<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Estou aqui para lutar por alguns direitos, principalmente pelo de ser. E ser não importa o quê. Estou aqui para criticar as críticas e julgar como errado aquele que julga – mesmo não acreditando que o certo e o errado existam de verdade. Não estou aqui por mim, estou aqui por nós. Não defendo os fracos e oprimidos, defendo os fortes e corajosos: esses que s</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">ão o que são. Estou aqui, portanto e como já disse, pelo direito de ser.</span></div>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><div style="text-align: justify;">
“Penso, logo existo” já foi por água abaixo e estou aqui para denunciar aqueles que acham que “Vivo, logo sou”. Não, meus caros, não são todos os seres viventes que têm essa extraordinária capacidade de ser. Alguns se escondem nas penumbras... E tenho pena desses miseráveis! Não estou aqui para lutar pelos direitos dessas pessoas: elas já concederam a si mesmas direitos demais.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ser é algo muito complexo. É preciso coragem para ser! Coragem, inteligência, amor-próprio e uma pitadinha de medo. Sim, quem é o que é tem muito medo... Esses seres têm muito medo de perder o que são, de perder sua essência e não poder nunca mais se encontrar. Eles têm muito medo de perder a capacidade de sorrir e de amar. E é por esse medo que desenvolveram uma maneira tão singular de ser: eles só vivem pela felicidade! E sem essa de “o mundo seria um caos se todos fossem assim”. Na verdade, ele seria bem melhor: as pessoas seriam livres de si mesmas e felizes. Amariam a si mesmas, portanto não precisariam externalizar a sua podridão interior – essa que vem da não aceitação. As pessoas não seriam violentas, porque não precisariam disso. Tudo isso e muito mais, quando aliados àquele sorriso de orelha a orelha que as pessoas passariam a exibir por aí, aniquilaria todos os nossos problemas! Não precisaríamos nunca mais nos preocupar com ganância, maldade e sentimentos dessa estirpe maligna. Não teria por que guardar tanta ruindade dentro de si! Seriamos livres como pássaros! Você pode imaginar que beleza?</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://data2.whicdn.com/images/78908761/large.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://data2.whicdn.com/images/78908761/large.jpg" width="320" /></a>Quem são esses, então, que eu tanto defendo? São os gays, as lésbicas, as prostitutas, os macumbeiros, os satanistas. São também os padres, as santas, os professores, os judeus, os roqueiros e os funkeiros. São as mulheres que transam com quem bem entendem e as que não transam com ninguém: são as mulheres bem resolvidas que sabem o que querem e fazem o que as faz felizes. São os homens que resolveram amar uma e os que resolveram amar várias – desde que elas saibam disso. São os vagabundos que escolheram não trabalhar (porque isso os faz felizes) e os que escolheram lutar para subir na vida (porque isso também os faz felizes). São aqueles que assumem não ter religião, aqueles que sabem todas as orações décor e salteado e aqueles que acendem velas pretas em um cemitério. São os de esquerda e os de direita: os conservadores e os rebeldes. São todos esses que assumem o que são e que não fazem de si mesmos um retrato.</div>
<div style="text-align: justify;">
O que quero dizer com fazer de si mesmo um retrato? Ora, vejamos. Algumas pessoas são como argila: moldáveis. Os valores com que fomos criados, a sociedade que nos pressiona a ter certas atitudes, a mídia, os amigos... Todos esses fatores vão pintando uma tela nessas pessoas. Elas viram um retrato bem quadradinho e aceitável. Lamento a falta de imperfeições... A imperfeição é tão bela!</div>
<div style="text-align: justify;">
É isso mesmo: defendo o direito de ser imperfeito. Esse que todos temos – ou deveríamos. Defendo o direito de ser o que se é e não o que se quer que seja. Defendo o direito de ir contra a corrente. Defendo o dever de não julgar, afinal, cada qual é cada qual, o certo e o errado são subjetivos e as coisas que trazem felicidade, também.</div>
</span>Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-8347428710474774592013-08-25T19:02:00.001-07:002013-08-25T19:05:29.844-07:00A Cabocla<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;">Fazia um calor
intenso, há tempos não chovia. Animais e homens estavam sedentos, plantas
esturricavam-se e contorciam-se. A falta da água era sentida em toda parte e,
sem ter o brilho esverdeado para inspirar-lhe confiança, o povo esperava para
os próximos dias clima ainda mais quente e tempos ainda mais devastadores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;">A cabocla Jurema via a falta de
fé de sua tribo com grande desgosto, mas não podia culpá-los: era difícil crer
em algo senão na dor depois de tanta tristeza que se revelou aos índios em
forma de caravanas e de uma gente cheia de ganância. Faltava-lhes a cor do Sol
na pele e, para ela, isso era um sinal de que não tinham dentro de si a bênção
divina da natureza.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcJ-ydjeWlvsH6rxw5TqmQ6NYPYK_JJT_1bxQZ0CbP3skowZS9TKDgS4cVrtHs_6DR9vZszlh_Q03evYUT8PZg328DmLXR3PwUxDMt7cEqqEZS3ZVwUAfl-j3jeMNDbgXAFYP3Rcx9eYE/s1600/cabocla08.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #444444; font-family: inherit;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcJ-ydjeWlvsH6rxw5TqmQ6NYPYK_JJT_1bxQZ0CbP3skowZS9TKDgS4cVrtHs_6DR9vZszlh_Q03evYUT8PZg328DmLXR3PwUxDMt7cEqqEZS3ZVwUAfl-j3jeMNDbgXAFYP3Rcx9eYE/s400/cabocla08.jpg" width="400" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;">A bela, entretanto, vivia a
sorrir e tentava contagiar a tribo com sua alegria. Por vezes dava certo, por
vezes seus esforços eram em vão. Mas não desistia da tarefa de fazer sorrir e
fazer feliz, assim como acreditava que, a cada dia de seca, os tempos de água
farta tornavam-se mais próximos. Aguardava o dia em que a chuva viria em
abundância, para matar a sede do povo, do bicho e da planta. E para, acima de
tudo, saciar a necessidade de esperança, de alegria e de amor. A chuva traria
de volta toda a fé de que os índios careciam nesse momento tão difícil.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;">Uma menina passou pela cabocla
limpando as próprias lágrimas e olhando para o chão. O olhar da indiazinha
parecia tão vago que, chocada e sentindo-se revoltar contra a situação, Jurema
decidiu que era hora de trazer de volta ao povo a luz dos olhos. Saiu em
disparada, com a cabeleira negra ao vento, as penas que vestia a dançarem pelo
corpo. Parecia, antes de índia, onça, tamanha era a afinidade de sua alma com a
mata e os bichos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;">Com esse mesmo elo
incompreensível que a unia às coisas todas da natureza ajoelhou-se e desejou,
de todo o coração, que o mundo também se empenhasse, como ela, a fazer sorrir.<o:p></o:p></span></div>
<span style="color: #444444; font-family: inherit;">Sentiu as gotas molharem sua
pele morena e seu cabelo negro e liso de índia encharcar-se. Sorriu e, de olhos
fechados, em prece de agradecimento pela dádiva concedida, viu sorrirem também
todos os índios. A água da chuva secou as lágrimas da indiazinha.</span>Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5701604760554091950.post-29829052194814373302013-08-13T17:49:00.002-07:002013-08-13T17:49:55.677-07:00Filha das águas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0aQG28TuB13igOMg1X-wCqIw9swGCGDODlQJRz4ypXsqWLZDr5R-pmgKuZrzsz8V5Em_QANNfBlFdG3Onf0q9xegaZ80hgANj1QDGP230iFqyBu_hHXmnZWAVbTMg-uaKl_wdyhuPkYw/s1600/sea.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0aQG28TuB13igOMg1X-wCqIw9swGCGDODlQJRz4ypXsqWLZDr5R-pmgKuZrzsz8V5Em_QANNfBlFdG3Onf0q9xegaZ80hgANj1QDGP230iFqyBu_hHXmnZWAVbTMg-uaKl_wdyhuPkYw/s400/sea.jpg" width="298" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<span lang="EN-US" style="background: white; mso-ansi-language: EN-US;"><i>“The arms of the
ocean are carrying me” </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white;">Quando seus pés afundaram na areia molhada, no
crepúsculo daquela quinta-feira de setembro, Luisa sentiu-se tomada por
profunda comoção. Seus lábios soltaram uma gargalhada cheia de vida, cuja
alegria ecoou pela praia vazia. Seus olhos negros, mesmo que semicerrados,
sorriam também. Sua pele morena refletia o brilho alaranjado do sol e absorvia
seu calor cheio de energia dourada. Inspirava o cheiro salgado do ar e
expirava-o em seguida, satisfeita em seu torpor. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white;">A felicidade resolveu invadir-lhe o corpo e, em meio a
um transe de ágape* pela vida e pela natureza, a menina abriu os braços e
rodopiou, a fim de abraçar o mundo. Abriu também os olhos: viu o astro-rei
descendo no horizonte, refletindo sua luz de cores exuberantes no oceano. Foi
andando em direção ao infinito das águas, mas não sabia se consciente ou
inconscientemente. Apenas foi – passo a passo. A água gelada batia-lhe nas
canelas, depois nos joelhos e então na cintura. Apesar de tudo, Luisa não se
sentia satisfeita... Queria poder chegar ao mais fundo do oceano. A garota
queria sentir o mar dentro de si, queria que ele penetrasse sua alma, para
então desvendar-lhe os segredos mais profundos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white;">Parou quando a água alcançou-lhe o pescoço. A candidez
do toque do mar gelado em seu corpo trazia-lhe grande sensação de paz, como se
uma luz branca invadisse-lhe a alma. Abriu os braços, deixando que as ondas
levassem consigo tudo de ruim que havia em seu corpo e sua alma. Fechou os
olhos, imaginando um negrume sair de si e ir se dispersando no sem-fim
oceânico. A pureza tomou-lhe conta e Luisa sentia-se limpa. Voltou para a
praia, sorrindo e imersa em calma. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white;">Luisa era filha das águas salgadas, que velavam e
zelavam por ela. Filha de Iemanjá, filha de Poseidon. Era o oceano que lhe dava
o sopro de vida. A energia vital de Luisa dependia dos mares e, assim como as
marés, ela era influenciada pela lua e adorava-lhe o brilho e misticismo.
Luisa era, em sua alma, uma sereia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white;">*”Amor que transborda”</span></div>
Janaina Cicarihttp://www.blogger.com/profile/03597825980062542474noreply@blogger.com0