Ciúmes

Uma chama das mais imprudentes e corrosivas, que começou pequenininha, como faísca, e foi se alastrando na mata virgem e intocada de meu coração. Minh’alma, jovem e inocente, ignorante, mas com uma voracidade e com uma imprudência incalculáveis, é inflamada por essa chama. Que vai corroendo, queimando, subindo para meu peito, sufocando minha garganta. Mal posso respirar. Suga-me toda a energia, deixa-me frágil, desprotegida. Cadê minha força? Onde foi parar minha alegria contagiante? Cadê eu mesma em meio às cinzas desse sentimento? Voraz, destruidor... Alastra-se dentro de mim.
Não é bom. Pelo contrário, consome-me a mim mesma. E dentro do desespero fujo. Tenho como válvula de escape um sorriso superficial, enquanto meus olhos suplicam acolhimento. Distraio-me com outras coisas, para não me fixar nesse sentimento. E tenho medo... Medo que isso me consuma de vez. E sei que vai consumir. Mas não quero. Quero fugir.
Fugir de mim. Não dá.
Mas quero fugir.
Onde estou eu em meio as chamas? Virei também eu cinza? Por que o sentimento ainda está vivo? O que mais espera ele consumir?

0 comentários:

Postar um comentário