O Vértice da Paixão

Você já percebeu como a gente assassina o que mais ama sem piedade? Você já percebeu como a gente ama o que é obvio que assassinaremos? Você já percebeu que insistimos em como a paixão destrói e cura? Você já percebeu que o ódio e o amor andam juntos por aí como se fossem amantes? São dois traços de um ângulo reto (90º) cujo vértice é a paixão. É como Yin-Yang, como Escuridão e Luz, como duas forças opostas que se atraem, que não existem uma sem a outra, mas que estão sempre querendo se destruir.
Essa é a paixão: um fogo incandescente que acalenta ao mesmo tempo em que destrói. Por isso mesmo, a paixão é apenas para aqueles que têm domínio de si, que têm controle. Para quem pode domar seus sentimentos com exímia facilidade. Para quem tem poder sobre si. Aos tolos que não o têm e se arriscam a ponto de desfrutar uma relação de pura paixão as conseqüências podem ser drásticas.
Hoje sei isso, há um mês atrás não. E uma coisa posso afirmar com toda a certeza: controle é algo que definitivamente não consta em meu vocabulário. Mesmo assim, tomei o caminho da paixão, sem saber o que viria junto com tal escolha. No começo tudo era lindo: o céu mais azul, as árvores mais verdes. Tudo era amor, tudo era paixão. Os pássaros cantavam e eu andava por aí sorridente e feliz. Mas a felicidade logo acabou. Com o tempo o caminho ficou mais brusco, mais descontrolado, mais, mais e mais dificultoso. Essa estrada me levou a morte: uma parte dentro de mim realmente se destruiu, ardeu com o fogo. A reta do carinho foi deformada, a paixão perdeu o controle.

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