Valores

As lágrimas escorriam pelo meu rosto; não deveria ser assim. Eu sentia que algo estava errado, eu sentia que poderia ter feito alguma coisa. As pessoas tentavam me convencer que a culpa não era minha, avisos e recomendações que eu não queria ouvir; não ouvi. Eles pareciam muito frios em torno da situação. Eu me sentia como se quisesse sofrer, como se fosse preciso para o peso sair de minhas costas. Eu sabia que sempre em situações esdrúxulas como essa, era normal sentir-se culpada, mesmo sem ter culpa, ninguém precisava me avisar isso. No fundo eles entendiam que qualquer coisa que diriam, me magoaria, mas diziam mesmo assim, pois para eles o silêncio era constrangedor, triste; desorientava-os. Eu prefiro o silêncio, minha própria consciência, ela sim pode me ajudar, dizer o caminho. Cada um tem seu tempo de recuperação, mas é difícil quando nos agridem antes de podermos nos recuperar, a dor parece triplificar.
Deus não faz nada em vão, essa não era uma exceção. Eu compreendi, que é preciso se escolher valores e princípios, que é preciso identificar prioridades. Saber o que lhe é importante, e dar importância às coisas certas. Finalmente, a dor amenizou, não passou, mas amenizou. Pois entendi que não foi por acaso.
 
“Porque vosso pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lhe pedires.”
 (Mateus 6.8b)

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