
A vida nos faz isso.
A vida às vezes é uma mãe rabugenta que nos segura pelo antebraço. A vida às
vezes não quer que vivamos plenamente. Às vezes a vida faz com que continuemos
apenas sobrevivendo. A vida quer que vivamos ou que sobrevivamos? Ilógico.
Vejo algumas pessoas
com os olhos bem abertos. Mas, revirando ao avesso a máxima, as portas de suas
almas não estão abertas – nem as janelas. São pessoas atentas, a procura de
ameaças. Pessoas com medo. Pessoas com medo de ter medo. Pessoas olhando ao
redor assustadas. Elas vêem o mundo, mas não são capazes de enxergá-lo. Estão
vendadas, essas pessoas. Seladas, fechadas. Presas. Presas cada uma a alguma
coisa diferente, mas todas presas. Mal sabem quão bom é libertar-se.
Ninguém parou para
observar as flores violetas – e elas só estão ali em certa época do ano.
Imaginem só o céu! Quem para a fim de deslumbrá-lo se ele, afinal de contas,
está sempre lá? E por que olhar? Por que deixar-se encantar? Por que
libertar-se, já que é tão cômodo que tudo continue como está? Uma vida
resignada e submissa é tão fácil de ser vivida... Talvez as coisas tenham sido
feitas com o intuito de não haver esperança.
Espere.
É nisso que você acredita? Acredita que a vida não
é feita para ser vivida? Vê a ela como algo cruel?
É isso que você quer?
Deixar seu eu, sua essência, a si próprio com todas as particularidades e perfeições
de lado e viver uma vida inventada, com alegrias falsas?
Você tem fé? Você crê em algo? Bem, comece a crer em você.
Texto inicialmente escrito como prólogo do livro Percepção (escrita em andamento) de Janaína Sícari e adaptado para o blog Palavras de uma Menina.
OMG *-*
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