Nesse fim de ano resolvi fazer duas
surpresinhas por aqui... Uma é em homenagem ao próprio blog, que em 2013
alcançou seu máximo de visualizações por dia. Antes de escrever esse texto dei
uma checada nas estatísticas do blog e me impressionei: ao todo são nada mais
nada menos que 5104 visualizações! Portanto, creio que minto quando digo que a
homenagem é feita ao blog... Na verdade, esse texto é um agradecimento a vocês.
Descobri até que tenho fãs! Gente que não perde uma postagem e que adora ler
meus textos. Isso é de deixar qualquer pseudo-escritor feliz. A outra
surpresinha vem mais tarde (suspense, hahaha).
Bom, vamos lá. Retrospectiva
Palavras de uma Menina 2013!
O ano aqui no blog começou dia
06/01, com o texto A Maior Expressão da Perfeição. Juro que não me lembrava
desse texto e, quando o li, lembrei das circunstancias e os motivos que me
levaram a escrevê-lo. Assumo que até uns meses atrás esse era um assunto que
ainda me chateava de vez em nunca, quando uma memória me assaltava a mente, mas
de um tempo para cá tenho esquecido completamente sobre isso. Fiquei receosa de
reler o texto e ficar, novamente, incomodada. Mas ao fazer isso, percebi que o
texto é, na verdade, sobre uma grande conquista minha. A mudança de ponto de
vista que apresento nesses escritos foi essencial na minha vida, o ponta pé
inicial de tudo aquilo que hoje me faz tão feliz. Lá vai um trechinho: “Tanto a água
pura quanto a poluída cai sobre a terra e é sempre tida como bênção: é a Vida
em uma de suas maiores expressões de perfeição. Ambas – a água pura e a poluída
– evaporam e fazem falta: o terreno se torna seco e sem vida. O cenário é
horrível. Mas então ela volta em forma de chuva e, dessa forma, volta pura.
Aprendi que assim também é o amor: ele pode ser destrutivo ou construtivo, mas,
se existe, nosso coração pula em alegria indescritível. Quando vai embora faz
falta: faz com que nos sintamos vazios. Quando volta, vem melhor.” Leia aqui.
Depois desse
texto, vem o Novidades no Blog. Um monte de ideias que tive para melhorar o
Palavras de uma Menina – e que nunca coloquei em prática. Peço perdão... Quem
sabe as coisas mudem em 2014?
Aí é a vez
de Tic-Tac! Que delícia escrever esse conto! O processo de escrita começou no
meio da aula, lembro-me bem, no meu caderninho de textos. Quando digitalizei,
melhorei uma coisinha ou outra, e plin! saiu assim um dos meus escritos que
mais gosto. Falando um pouquinho sobre medo, um pouquinho sobre loucura, e
talvez sobre coisas que persistem em invadir nossa mente, Tic-Tac esteve por
muito tempo no ranking dos mais lidos do blog e, na minha opinião, deveria
voltar para lá! “Sua mãe dizia-o tísico e
tubérculo, acusando-o de pecador por tão desgraçada saúde. É verdade que nunca
fora abençoado com os ares salutares que exalavam de sua árvore genealógica,
mas também nunca fora amaldiçoado com aquela vontade infernal de pecar, com
aquela chama mortal que queima as almas, criando máculas horrendas no ser
daqueles que o fazem. Não, nunca pecou. Era, na verdade, um ser bastante pacato
(...) À medida que o tempo passava, ia ficando cada vez mais ensurdecedor. Nos
últimos anos, tornara-se insuportável: ouvia-o antes de dormir, principalmente
quando a mulher ainda não havia chegado em casa; ouvia-o durante o trabalho,
quando o patrão lhe vigiava com olhos de águia; ouvia-o quando visitava o
túmulo da mãe, com o mármore frio vigiando-lhe e alertando-lhe de que devia se
confessar.” Leia aqui.
Chegamos
então a Caos. Caos é um desses textos que o escritor cria tentando ajudar a si
mesmo e que, na maioria das vezes, acaba ajudando uma cambada de gente! Também
gosto muito desse texto e o recomendo às pessoas que se sentem vazias. Foi uma
fase de mudança para mim e que me levou a ser muito mais feliz do que fui em
qualquer outro momento de minha vida, embora as circunstancias externas não
levem a crer nisso. É impossível descrever, sugiro que leiam! Aqui vai um
pouquinho dele, para vocês ficarem com água na boca: “Eu quero o caos de não ter certeza de nada, eu quero o caos de falar o
que eu quiser e fazer o que eu quiser. Eu quero o caos de poder querer. Eu
quero o caos de ser eu mesma, pois agora até duvido de que eu exista. Estou
viva, mas não existo. Os dias passam, e é apenas isso que significam para mim.
Sinto-me em um abismo, sendo sugada, mas sem lutar contra nada, com uma
resignação que causaria asco naquela menina que eu fui um dia.” Leia aqui.
Em 19/06 a
mudança em mim estava estabelecida! Eu tinha um jeito todo meu de pensar, novo
e sem medos. Minto, estava repleto de medos! Mas tinha, mais do que isso,
coragem. Não se enganem: a coragem consiste em enfrentar os medos e não em não
tê-los. Esse é outro texto indescritível, um dos melhores que já escrevi, um
dos que mais gosto. Se eu fosse dizer um texto desta lista que vocês TÊM de
ler, seria esse. “Chegamos a ponto de não
nos permitir ao menos desejar. E, aí sim, o anseio torna-se importante para
nós: é preciso deixar-se querer. Até certo momento, dá-nos forças, depois de um
tempo, aniquila-as. Tudo na vida tem que ter equilíbrio, não é mesmo? Não.
Todos concordam que felicidade nunca é demais. Deveríamos primar por ela,
portanto.” Leia aqui.
Vem então
Paredes – outro texto incrível, modéstia parte. Até hoje não sei de onde raios
me veio essa ideia, acho que simplesmente fui escrevendo, como de praxe, e a
coisa toda foi fluindo. Paredes conta sobre um mundo em que as pessoas
mostravam o que eram em uma parede. E sobre como Priscila venceu alguns vícios
e problemas com uma só escolha – uma escolha que deu trabalho, mas que deixou
sua parede muito mais bonita. “As paredes estavam todas manchadas, machadas de café, de tinta, de
rabiscos de crianças, machadas de bolor. Estavam manchadas de alguma coisa que
as tornava diferentes uma das outras e, de certa forma, especiais. Todas elas
haviam sido brancas um dia, mas seus donos resolveram dar-lhes nova cor,
dar-lhes características próprias.” Leia aqui.
Filha das Águas foi escrito a partir
de anseios pessoais e um trechinho da música Never Let Me Go, de Florence
Welch. E, claro, com a minha mãe servindo de forte inspiração. O conto fala de
Luisa e de sua descoberta: Luisa sempre foi, em sua alma, uma sereia. “A candidez
do toque do mar gelado em seu corpo trazia-lhe grande sensação de paz, como se
uma luz branca invadisse-lhe a alma. Abriu os braços, deixando que as ondas
levassem consigo tudo de ruim que havia em seu corpo e sua alma. Fechou os
olhos, imaginando um negrume sair de si e ir se dispersando no sem-fim oceânico.” (Depois me disseram que 13/08, o dia de postagem
desse texto, é também o dia da Deusa Hécate... Coincidência? Vocês decidem.) Leia aqui.
Continuando
nessa linha espiritual, escrevi A Cabocla – texto inspirado na Cabocla Jurema,
entidade da Umbanda. Foi muito bom escrever sobre essa entidade incrível, não
sei muito sobre ela, mas tenho certeza de que fui muito bem inspirada para
criar esse conto. “Saiu em disparada, com a cabeleira negra ao vento, as penas
que vestia a dançarem pelo corpo. Parecia, antes de índia, onça, tamanha era a
afinidade de sua alma com a mata e os bichos.” Leia aqui.
Chegamos
finalmente a um texto que me é motivo eterno de orgulho! Em quarto lugar no
ranking dos mais lidos do blog, Pelo Direito de Ser – Não Importa o Que retrata
uma luta pessoal. Texto cheio de ideologias, contra qualquer tipo de preconceito
e opressão. Se você, algum dia, já foi julgado, não tem como não ler. Ideias um
pouco fortes para alguns, mas incrivelmente necessárias. Sério mesmo? Com toda
a modéstia, é incrível! “É isso mesmo:
defendo o direito de ser imperfeito. Esse que todos temos – ou deveríamos.
Defendo o direito de ser o que se é e não o que se quer que seja. Defendo o
direito de ir contra a corrente. Defendo o dever de não julgar, afinal, cada
qual é cada qual, o certo e o errado são subjetivos e as coisas que trazem
felicidade, também.” Leia aqui.
Sobre Balões
e Medos surgiu de um desafio proposto por minha professora Luciana a mim e a um
amigo: tínhamos de escrever sobre o medo de ter medo. É um desses textos super
criativos que eu não sei de onde saem – mas sempre saem, e sempre ficam demais.
Também gosto muito dele. O que você faria se estivesse nessa situação? “Contudo, eram humanos e humanos têm, em seu
coração, medo. Um medo sufocante do novo; um terror ácido que corrói a vontade
e a curiosidade; umas brumas densas de temor que envolvem o coração e cegam a
visão; um horror que inutiliza o cérebro.” Leia aqui.
Chegamos em
novembro com Sobre Pessoas e Flores Violetas, texto que inicialmente foi
escrito como prólogo de um futuro livro, mas que resolvi postar por tê-lo
adorado. “É isso que
você quer? Deixar seu eu, sua essência, a si próprio com todas as
particularidades e perfeições de lado e viver uma vida inventada, com alegrias
falsas? Você tem fé? Você crê em algo? Bem, comece a crer
em você.” Na minha
opinião, esse texto merecia mais visualizações do que tem... Leia aqui.
É a vez de Fugindo ao Comum – o tão
polêmico texto. Pela qüinquagésima sétima vez: eu não defendo o aborto. Vida é
vida e é feita para ser vivida. Eu, como feminista, creio somente que ele
deveria ser legalizado, porque a mulher tem de ter o direito sobre o próprio
corpo, e em nome de tantas que arriscam suas vidas em métodos arriscados. Não
se enganem: ele acontece, havendo legalização ou não. Com a legalização,
entretanto, é tudo mais justo e seguro. Não vou colocar trecho, minha opinião
já está aqui e quem quiser mais argumentos pode clicar no link ao lado. O texto
está em décimo lugar no ranking – afinal, a polêmica serviu de algo: foi uma
bela publicidade. Leia aqui.
Terminamos a retrospectiva com
Contagiante – outro texto que amo e que deveria ter mais acessos. Foi postado
no dia 18/12 e não há palavras para descrevê-lo (senão as que estão nele).
Merece a leitura, de verdade. “Eis minha filosofia: ser o que sou, fazer o que quero, pensar como
devo, viver para ser feliz. E viver para ser feliz não é sair fazendo tudo o
que lhe vem a cabeça, é esquecer o que vem a cabeça dos outros quando você faz
algo. (...)Quê é a imagem? Vaga; passageira; para ser distorcida precisa
apenas de um grão de maldade. (...)Um dia, talvez, alguém leia esse
texto e realmente o compreenda. Não me chamarão de louca, nem de idealizadora. Ao invés
disso, essa pessoa sorrirá – se sentirá compreendida. Eu lhe compreendo, alma
feliz.” Agradeço pelo número de pessoas que vieram me contar que se
sentiram compreendidas: vocês restauram a minha fé no mundo. Leia aqui.
Enfim, qual foi o saldo do ano?
Textos maravilhosos. Creio que aprimorei bastante minha escrita, minha
criatividade e minha ideologia – criando textos cada vez melhores. Se preparem:
ano que vem só tende a melhorar! Obrigada, novamente, pelas visualizações e por
esse 2013 incrível de escrita.
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