Máscara

Eu não consigo mais sentir os meus pés no chão. Estou caindo num abismo, em profunda solidão. Minha dor é constante; é raro o sorriso me escapar dos lábios. Minhas lágrimas caem sem parar e se tornam num profundo rio, no qual não sei nadar. Vejo-me cada vez mais no fundo desse rio, e é tanta água que não posso aguentar. Estou me afogando nesse mar de lágrimas que não têm hora pra parar, pra cessar; e parece que assim será para o tempo que restar, se é que restará. Tudo o que vejo a minha volta é dor, é tristeza, é desânimo. Como se já não bastasse tanta água ainda chove, chove dentro de mim. Essa chuva se enregela e pousa sobre meus ombros, como se meu próprio fardo já não fosse difícil de carregar.
Com tudo isso, em meio a tanta água, caindo cada vez mais nesse abismo, é difícil suportar. Criei uma máscara de alegria e felicidade, que parecia amenizar a minha dor. Agora eu era forte, imprudente e corajosa. Só que não assumia os meus erros, os meus medos - e cadê a verdadeira coragem em meus atos? Mas a máscara ainda estava firme em meu rosto e não estava pronta para deixá-la. O sorriso estava sempre estampado nos lábios da máscara que criei, mas nos meus eram impossíveis e incontestáveis. O problema foram meus olhos, as janelas da minha alma se abriram e mesmo que a máscara não deixasse as lágrimas caírem, deixando todas guardadas em meu coração, meus olhos se perdiam em solidão.

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