Quando for amor

Quando for amor, eu saberei. Sinto que realmente saberei. Nossas mãos gélidas tentarão se encontrar, quase que sem nossa consciência. Um sorriso inocente saltará de nossos lábios a cada palavra, mesmo que tentemos não sorrir. Olharemo-nos no fundo dos olhos enquanto o tempo passa lentamente, como em câmera lenta, e nossas faces ficarão coradas nesse momento. Incontestavelmente, nossas mãos suarão frias, tremerão de ansiedade. Nossos estômagos estarão revirando-se, cheios de borboletas loucas para sair desse cativeiro. Nossos corações, que estarão em sintonia, baterão mais forte. Nosso ar ficará rarefeito. Mesmo se quiséssemos sair um de perto do outro, numa urgência de acabar com tudo de uma vez, nossas emoções – que estarão a flor da pele – obrigar-nos-iam a ficarmos um com o outro. Nesse instante nada mais importaria, perderíamos os sentidos aos poucos e esqueceríamos de todo o resto, pois esse momento será eterno.
Como dois imãs, nos juntaríamos sem consciência. Tocaríamos um a pele do outro e sentiríamos pequenos choquinhos por todo o ser. Olhar-nos-emos com desejo e faíscas saltaram de nossos corpos. Nossas bocas se unirão, nossos olhos se fecharão, nossos braços se entrelaçarão e nada – ouviu bem? Nada. – interromperá a melodia que se passará por nossas mentes neste momento.
Pássaros farão reverencias a nós pelo céu, que agora estará tão pacífico quanto nós mesmos. O sol, brilhante como sempre, nos iluminará e será espectador de todo esse amor. A brisa chacoalhará nossos cabelos no mesmo ritmo que balançará as folhas das árvores, agora de um verde muito mais esperançoso. As flores exalarão um perfume bem mais doce, que traduza nosso sentimento. As águas andarão mais calmas e nas nuvens estarão desenhados milhões de corações.
O mundo conspirará para que tudo ocorra bem, e esse momento será perpétuo em nossas mentes.

Um comentário:

  1. Nem sempre nós sabemos que é amor e, as vezes, quando descobrimos já é tarde demais :/

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